ATA DA VIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 23-4-2007.
Aos vinte e três dias do mês de abril do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Newton Braga Rosa e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 768, 769, 770, 771 e 772/07; pelo Vereador Alceu Brasinha, o Projeto de Resolução nº 038/07 (Processo nº 1417/07); pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 775, 776, 777 e 778/07; pelo Vereador Carlos Comassetto, o Pedido de Providência nº 780/07; pelo Vereador Carlos Todeschini, os Pedidos de Providência nos 785 e 786/07; pelo Vereador Elias Vidal, o Pedidos de Providência nº 781/07; pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providência nº 779/07; pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos 773 e 774/07 e o Projeto de Resolução nº 039/07 (Processo nº 1568/07); pela Vereadora Maria Luiza, os Pedidos de Providência nos 764, 792, 793, 794, 795, 796, 797 e 798/07, a Indicação nº 027/07 (Processo nº 2048/07) e os Projetos de Lei do Legislativo nos 029 e 043/07 (Processos nos 1251 e 1488/07, respectivamente); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de Providência nos 782, 783 e 784/07; pelo Vereador Nilo Santos, os Pedidos de Providência nos 765, 766 e 767/07; pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providência nos 787, 788, 789, 790 e 791/07 e a Indicação nº 031/07 (Processo nº 2216/07); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Informação nº 060/07 (Processo nº 2240/07). Ainda, foi apregoado o Memorando nº 086/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador João Carlos Nedel se encontra representando externamente este Legislativo no ato de descerramento das fotografias dos Ministros Athos Gusmão Carneiro e Ruy Rosado de Aguiar Júnior, hoje, às quatorze horas, na Galeria dos Ministros do Tribunal de Justiça, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 237, 375 e 2942/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Carmem Kieling Franco, Presidenta do Conselho Regional de Nutricionistas – 2a Região –, que destacou a relevância da atuação dos Nutricionistas no combate à obesidade e recordou que se completam, amanhã, quarenta anos de regulamentação dessa profissão no Brasil. Igualmente, reportou-se às políticas públicas de segurança alimentar, mencionando a Lei Municipal nº 10.167/07, que estabelece normas para a comercialização de alimentos em bares e cantinas das escolas de Porto Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Professor Garcia, José Ismael Heinen, Dr. Raul, João Antonio Dib, Claudio Sebenelo, Adeli Sell, Dr. Goulart e Nereu d’Avila manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Marcelo Danéris apontou o decréscimo no volume de recursos investidos em obras públicas durante o Governo José Fogaça e declarou que o Executivo Municipal está privilegiando a iniciativa privada em detrimento da administração pública municipal. Nesse contexto, criticou o projeto que permite a exploração do Auditório Araújo Viana, salientando benefícios que teria a empresa escolhida para desenvolver essa atividade. O Vereador Dr. Goulart destacou a importância de convênio assinado entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Moinhos de Vento, no sentido de que seja construído o Hospital Geral da Restinga, em troca de isenção fiscal. Sobre o tema, esclareceu que o procedimento legal que concede isenção fiscal ao Hospital Moinhos de Vento não foi concluído, defendendo que os Senhores Vereadores busquem apoio do Ministério da Saúde para implementar essas obras. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Comassetto assegurou possuir cópia de documentação que atesta a concessão de isenção fiscal para o Hospital Moinhos de Vento e anunciou a realização de Audiência Pública, na qual a Prefeitura deverá apresentar o novo cronograma de construção do Hospital Geral da Restinga. Também, teceu considerações sobre a relevância da instalação do Centro Federal de Educação Tecnológica na Restinga. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou que o Vereador Carlos Comassetto entregue à Mesa Diretora cópia da documentação relativa à condição de filantropia do Hospital Moinhos de Vento, mencionada por Sua Excelência no período de Comunicações da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Todeschini, expressando sua preocupação com o surto de dengue ocorrido no Município de Giruá, afirmou que o Centro Estadual de Vigilância em Saúde deve tomar providências para evitar uma epidemia de dengue no Rio Grande do Sul e citou possíveis causas da proliferação do mosquito “aedes aegypti”, transmissor dessa doença. Finalizando, elogiou o Governo Federal pelo volume de recursos financeiros repassados para o Município de Porto Alegre. O Vereador Claudio Sebenelo, comentando matéria do Senhor Hugo Marques, publicada na revista IstoÉ, no dia dezoito de abril do corrente, discursou a respeito das acusações contra integrantes do Partido dos Trabalhadores, no que se refere a irregularidades praticadas na gestão da empresa estatal Infraero e na contratação das obras de ampliação dos aeroportos de Recife, Curitiba e Salvador. Também, elogiou o Prefeito José Fogaça pelo saneamento das finanças do Município. A Vereadora Clênia Maranhão, comentando a participação do Prefeito José Fogaça no “Green Fórum 2007”, ocorrido nos Estados Unidos da América, informou que Porto Alegre sediará congresso internacional para discussão de temas atinentes ao aquecimento global e avaliou o papel desempenhado pelas cidades na luta pela preservação do meio ambiente. Também, discorreu sobre a “Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres”, realizada nesta Casa no mês de março do corrente. O Vereador Alceu Brasinha expressou sua alegria com a vitória do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense em jogo contra a equipe da Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul, no dia vinte e um deste mês, no Estádio Olímpico Monumental. Além disso, propugnou por medidas efetivas do Governo do Estado para que sejam retomadas as obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, atualmente paralisadas por falta de recursos destinados a esse empreendimento. O Vereador Dr. Raul relatou atividades da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, salientando visitas à Unidade Básica de Saúde da Vila São José e ao Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul. Igualmente, frisou a necessidade de ações de combate ao mosquito “aedes aegypti” e declarou que será agendada reunião com o Hospital Moinhos de Vento, tendo como tema a construção de hospital no Bairro Restinga e a regulamentação do Decreto que classifica essa entidade como filantrópica. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo no 034/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Professor Garcia, os Projetos de Lei do Legislativo nos 035 e 020/07, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Todeschini, José Ismael Heinen e Carlos Comassetto, os Projetos de Resolução nos 037 e 042/07, os Projetos de Lei do Executivo nos 009/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto, e 010/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Professor Garcia e José Ismael Heinen; em 3a Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo no 018/07, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/07, o Projeto de Lei do Executivo nº 008/07, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/07. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 090/05 (Processo nº 1848/05). Também, foram apregoados: decisão da Mesa Diretora, reconhecendo o Vereador Valdir Caetano como Líder do Partido da República neste Legislativo, e Recurso de autoria do Vereador Elias Vidal, previsto no artigo 99 do Regimento, contra a referida decisão, tendo se manifestado os Vereadores Valdir Caetano e Ervino Besson e tendo a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto. Ainda, o Vereador Mario Fraga formulou Requerimento verbal, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando seja distribuída, aos Senhores Vereadores, cópia do documento apregoado anteriormente, de autoria da Mesa Diretora. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Márcio Bins Ely, lembrando que neste semestre serão iniciados os debates para apreciação do Código Municipal do Meio Ambiente, atentou para a importância das atribuições deste Legislativo na definição das políticas públicas relacionadas com a questão ambiental. Além disso, apoiou o programa desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde, para implante de contraceptivos subdérmicos em adolescentes de Porto Alegre. O Vereador Elói Guimarães cumprimentou a Governadora Yeda Crusius pela escolha do Senhor José Francisco Mallmann para assumir o cargo de Secretário Estadual da Segurança Pública. No referente ao assunto, enfocou os índices de violência observados na sociedade contemporânea, defendendo propostas de trabalho que objetivem a aproximação e a atuação conjunta da Polícia Civil e da Brigada Militar no combate à criminalidade no Rio Grande do Sul. Após, por solicitação do Vereador Mario Fraga, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor José Fidélis Ramos Coelho, membro do Diretório Estadual do Partido Democrático Trabalhista, falecido no dia vinte de abril do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia Cavedon manifestou-se acerca da Assembléia Geral realizada pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre no dia dezenove deste mês, para discussão da política salarial da categoria. Ainda, criticou a gestão do Prefeito José Fogaça, afirmando que esse político segue uma linha de trabalho embasada na desestruturação e na privatização dos serviços públicos, em especial no que se refere aos Departamentos Municipais de Limpeza Urbana e de Água e Esgotos. O Vereador Luiz Braz replicou críticas efetuadas por integrantes do Partido dos Trabalhadores, relativamente ao recolhimento de lixo pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana, argumentando que a empresa que realiza essa tarefa é a mesma que o fazia durante o período em que o PT esteve à frente do Governo Municipal. Ainda, apoiou a proposta de parceria governamental com a iniciativa privada, para a recuperação do Auditório Araújo Vianna, alegando que esse equipamento não tem condições de segurança adequadas. O Vereador José Ismael Heinen discorreu sobre a conjuntura política atualmente observada no Brasil, protestando contra a criação de novos Ministérios e desaprovando a forma como o Governo Federal tem buscado o apoio de outros Partidos. Além disso, cobrou maior eficácia na execução de medidas previstas no Programa de Aceleração do Crescimento, sustentando que essa proposta não surtirá os efeitos desejados se não for corretamente executada. O Vereador Haroldo de Souza defendeu o Projeto de Lei do Legislativo nº 018/07, que obriga empresas recicladoras de materiais a exigir comprovação da origem dos fios de cobre adquiridos. Também, formulou críticas ao Governo Federal no tocante à política externa, à proposta de criação de uma emissora estatal de televisão e à idéia de se sediar uma Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Finalizando, cobrou das autoridades competentes a remoção de lixo do Arroio da Areia, na Zona Norte. A Vereadora Maristela Maffei, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Haroldo de Souza, em Comunicação de Líder, asseverou que o Governo Municipal deve ser cobrado por deficiências existentes nos serviços de coleta de lixo. Ainda, aprovou a proposta de criação de emissora estatal de televisão, declarando que atualmente esse setor das telecomunicações é monopolizado por apenas uma empresa. Finalizando, frisou seu apoio a governantes latino-americanos com ideais socialistas. A Vereadora Clênia Maranhão discorreu acerca de empreendimentos realizados pela Prefeitura Municipal na área de infra-estrutura, destacando resultados obtidos por meio do Programa Integrado Entrada da Cidade, no sentido de se proporcionar melhor condição de vida a moradores de vilas de Porto Alegre. Nesse contexto, sublinhou que a redução do déficit habitacional é uma das prioridades assumidas pelo Governo Municipal desde o início do atual mandato. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme acordado entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 184/05, por dezoito votos SIM e cinco votos NÃO, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Newton Braga Rosa, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Claudio Sebenelo, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Márcio Bins Ely e Mario Fraga. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 042/07, por vinte e nove votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Em Votação, foi aprovado Requerimento s/nº (Ofício nº 014/06 – Processo nº 1753/02), da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, indicando os funcionários Arlete Luiza Mazzo, como Titular, e Sérgio Augusto Zasso, como Suplente, para a representação deste Legislativo junto ao Conselho Municipal dos Direitos Humanos. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Resolução nº 003/07 e o Projeto de Lei do Executivo nº 060/06. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 072/05, considerando-se prejudicado o Projeto original, por vinte e sete votos SIM, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Na ocasião, a Vereadora Maria Celeste, presidindo os trabalhos, manifestou sua posição favorável à aprovação do Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 072/05, registrando que deixou de votar a matéria por estar regimentalmente impedida de fazê-lo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/06, o qual, após ser discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Adeli Sell, José Ismael Heinen, Sebastião Melo, Elói Guimarães e Haroldo de Souza, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Na ocasião, a Senhora Presidenta informou que está sendo disponibilizado mais um computador para uso das Assessorias neste Plenário. Também, o Vereador Haroldo de Souza manifestou-se relativamente às condições da área deste Palácio destinada aos fumantes, tendo a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto. Às dezoito horas e um minuto, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador João Carlos Nedel, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e pelos Vereadores Aldacir Oliboni e João Antonio Dib, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e Aldacir Oliboni. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje tratará do alerta à
comunidade sobre o crescente e alarmante índice de obesidade e dislipidemias. O
tempo regimental de 10 minutos será para a manifestação da Presidente do
Conselho Regional de Nutricionistas da 2ª Região, Srª Carmem Kieling Franco.
Seja muito bem-vinda.
A SRA.
CARMEM KIELING FRANCO: Na pessoa da
Presidenta Maria Celeste, saúdo todos os Vereadores e autoridades aqui
presentes; senhoras e senhores, boa-tarde. Em nome do Conselho Regional de
Nutricionistas da 2ª Região, quero agradecer à Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, que, através de sua Comissão de Saúde, com o apoio do Ver. Dr. Raul,
seu Presidente, concede-nos a oportunidade de manifestação.
Dados estatísticos concretos demonstram o panorama
alarmante do perfil nutricional da população mundial, a chamada epidemia da
obesidade. Pesquisa realizada em dezembro de 2004, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, aponta que, no Brasil, não é diferente. Atualmente,
40% da população brasileira encontra-se com excesso de peso, sendo o Rio Grande
do Sul um dos Estados de destaque nesse lamentável ranking. A avaliação
desse quadro em muito se afasta de questões estéticas. Trata-se de incidência
cada vez mais elevada das chamadas doenças crônicas não-transmissíveis, dentre
elas as doenças cardiovasculares e diabetes. No Rio Grande do Sul, destacam-se
também os maiores índices de hipertensão e dislipidemias, que são alterações nos
níveis de lipídios sanguíneos, como colesterol e triglicerídios.
Por ocasião dos 40
anos de regulamentação da profissão do nutricionista, comemorados amanhã, dia
24 de abril, aproveito para alertá-los e sensibilizá-los, como autoridades
políticas de nosso Município, para a nossa preocupação. Como profissional da
área da Saúde, cumprimos papel importante no ataque a essa realidade, pois tem
sido cada vez mais divulgada a relação de hábitos alimentares inadequados com o
panorama aqui apresentado. Nossas possibilidades de atuação se iniciam na
promoção e prevenção em saúde, quando, através da educação nutricional, pode-se
estimular a hábitos de vida saudáveis, mas, uma vez os problemas já instalados,
a prática clínica de tratamento através da alimentação ganha destaque,
salientando aqui a importância da inclusão do nutricionista nos programas de
saúde da família. A participação ativa
em movimentos de garantia da segurança alimentar à população também integra o
nosso rol de atividades. Temos presenciado movimentos na esfera municipal a
esse respeito, como a recente aprovação da Lei nº 10.167/07, de autoria da Verª
Sofia Cavedon, que regulamenta a comercialização de produtos alimentícios nas
escolas. Em âmbito estadual também temos presenciado movimentos nesse sentido,
mas há muito ainda a ser feito!
Colocamo-nos
à disposição desta Casa como entidade representativa dos nutricionistas e como
profissionais para todo e qualquer assunto que diga respeito à alimentação e
nutrição, podendo prestar apoio técnico. Estamos entregando à Presidente da
Sessão e aos Presidentes das Comissões de Saúde e de Educação material
elucidativo acerca da atuação do nutricionista, e para todos os senhores
algumas dicas que poderão ser seguidas visando a uma alimentação saudável. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Convido
a Presidenta do Sindicato dos Nutricionistas, Srª Carmem Kieling Franco, para
fazer parte da Mesa.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezada
Drª Carmem Franco, Presidenta do Conselho Regional de Nutricionistas da 2ª
Região, quero dizer da alegria de hoje ouvi-la aqui nesta Casa e poder falar um
pouco da questão da obesidade, que realmente hoje é uma epidemia mundial. Falo
em meu nome, em nome da Verª Clênia Maranhão, em nome do nosso Partido, o
Partido Popular Socialista. Quero dizer, primeiro, que 40 anos da profissão de
nutricionista é algo muito importante, sempre crescendo. Entendemos que, hoje,
numa visão multidisciplinar, mais do que nunca é importante para aquelas
profissões que fazem parte da Saúde elas realmente estarem elencadas e
trabalhando juntas, principalmente na questão dos PSFs; é uma necessidade cada
vez mais emergente. Quero também dizer que essa visão da promoção e da
prevenção da Saúde é uma visão moderna, ou seja, vamos tentar fazer uma visão
profilática, evitar aquilo que nós sabemos que a cada dia está acontecendo, em número
crescente, de forma muito grande. A senhora também falou que o nosso Estado,
infelizmente, é um dos líderes de forma negativa nesse ranking, ou seja,
um dos Estados com maior índice de obesidade. A senhora também falou de alguns
Projetos de Lei; Projetos ainda incipientes devido à grande magnitude da
população. Sabemos, por exemplo, que nos Estados Unidos quase 40% da população
é uma população obesa; e o nosso País também está chegando perto disso. Então,
a profissão e a função da senhora, a questão da importância da nutricionista
dentro do contexto brasileiro, e aqui no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre,
são muito importantes. Então, parabéns pela visão que vem nos trazer, e
parabéns, também, aos nutricionistas, pelos 40 anos da profissão.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
Obrigado, Ver. Professor Garcia. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado,
Ver. José Ismael.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Boa-tarde
a todos. Presidente-Vereador Aldacir Oliboni; uma saudação especial ao nosso
Conselho Regional de Nutricionistas, na pessoa da sua Presidente, a Srª Carmem
Kieling Franco; também gostaria de saudar a Elizabeth Cassali, e dizer da nossa
preocupação muito grande com a obesidade, principalmente da área infantil. Por
quê? Porque a partir da criança é que se desenvolvem esses problemas. Há aquela
coisa antiga de se dizer: “a criança tem que ser gordinha para ser saudável”.
Aí é que a obesidade vem se formando. E como é bom a gente saber que estão
mudando esses critérios, ou seja, a gente sabe que a saúde, hoje, tem que se
basear na prevenção. E a prevenção vem através dessas ações como está hoje,
aqui, o Conselho de Nutricionistas para colocar com clareza esses dados. Eu
vejo aqui a Verª Sofia, que está à frente desse processo, para quê? Para que a
gente consiga incutir na cabeça das pessoas os hábitos alimentares saudáveis. A
senhora nos trouxe esta excelente publicação para se ter nas escolas, em todos
os locais, para que as crianças tenham contato com o que é o bê-á-bá dos
hábitos alimentares, das condutas nutricionais que devem ser tomadas.
Falo aqui em meu nome, em nome do Ver. Bernardino,
do Ver. Sebastião Melo, do Ver. Haroldo de Souza, que compõem junto comigo a
Bancada do PMDB. Gostaria de deixar uma saudação e o apreço pelo trabalho de
vocês e do Conselho, trabalho que não é de agora; acredito que há mais de 15
anos ele vem sendo desenvolvido. Era isso. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado, Ver.
Raul.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, falo em meu nome e dos Vereadores João Carlos Nedel e Newton
Braga Rosa. Quero saudar a Presidente, Carmem Kieling Franco, pelo alerta que
traz à comunidade sobre o crescente e alarmante índice de obesidade. Realmente
é um fato: os brasileiros estão obesos - as estatísticas estão mostrando isso.
Mas eu acho que, para que o trabalho dos nutricionistas seja mais efetivo, há a
necessidade de que as Secretarias Municipais de Saúde e a Secretaria de Saúde
do Estado interfiram nos lanches que são oferecidos à população, tanto infantil
quanto adulta. E acho que, havendo uma melhor orientação, as crianças e os
nossos adultos se alimentarão melhor quando fizerem lanches rápidos, porque não
têm tempo para um almoço ou para uma janta. Eles estariam muito mais bem
alimentados, sem os riscos da obesidade. Com as crianças também, nas escolas.
Já há preocupação das Prefeituras, tenho certeza, mas também é bom fazer uma
revisada, porque as merendas que as crianças recebem nem sempre são as menos
calóricas e as mais saudáveis. Cumprimentos! Continuem com o mesmo entusiasmo e
com o mesmo trabalho! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado, Ver.
João Antonio Dib.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Presidente
Carmem, eu queria congratular-me com a sua presença aqui, representando o
Conselho Regional dos Nutricionistas. Acho que nós estamos muito longe, na
sociedade da pressa, de uma dieta adequada, com o número de calorias adequado,
e também temos operários
consumindo poucas calorias; pessoas sedentárias, trabalhando sentadas e
consumindo alto número de calorias, principalmente o que chamamos de fast
food, aquela refeição rápida em que o absurdo gastronômico é cada vez mais
acentuado e mais disseminado como uma peste, uma doença por falta de educação.
A educação exerce um papel fundamental e impressionante nesses casos, existindo
trabalhos científicos tanto em países adiantados como em países do Terceiro
Mundo - como na cidade de Pelotas, por exemplo, e como na cidade de Otawa, no
Canadá -, onde pesquisadores dizem textualmente que mãe sem escolaridade é
igual a filho doente ou morto.
Então,
essa questão da escolaridade, a questão da educação, presidida por uma idéia de
nutrição muito mais adequada do que essa, num País que tem uma variedade imensa
de culturas e, especialmente, de climas; nós sabemos que, num clima mais de
inverno, nós precisamos de um número maior de calorias; num clima mais
tropical, mais ameno, mais voltado para o verão, nós precisamos de um número
menor de calorias. O ser humano, na sua origem, era um ser frugívoro, e, quando
ele passou a ser carnívoro, ele passou a ter moléstias que não tinha quando
frugívoro, quando do seu aparecimento na Terra.
Então,
nós temos que revisar essa questão da destinação do ser humano e,
principalmente, do seu processo alimentar, onde o papel do nutricionista é
fundamental, não apenas na formulação do cardápio, mas no processo educacional,
não esquecendo as questões genéticas do problema. Meus parabéns pela sua
presença nesta Casa, e pela sua coragem.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
Obrigado, Ver. Sebenelo.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, Ver. Oliboni; caríssima Carmem, eu tenho o prazer de falar em nome
da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Nós temos aqui dois agrônomos que
estão sempre preocupados desde a origem dos alimentos. A Verª Sofia, já
mencionada, e eu tivemos muitas discussões sobre essa Lei e outros semelhantes,
e criamos agora um grupo de trabalho, na Bancada, para analisar um Projeto do
Executivo que trata da segurança alimentar. Então, para a nossa Bancada, a do PT,
essa é uma questão fundamental, é uma questão de saúde pública.
Tal qual o Ver. Dib, nós também queremos salientar
a importância de campanhas educativas nas escolas. Nós fomos, inclusive, no ano
de 2005, falar desse tema com a Secretária Municipal, e nós gostaríamos que a
Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com a Secretaria Municipal de
Educação, fizessem juntas um trabalho educativo nas escolas, porque a
calamidade de ver as escolas, mesmo escolas públicas, com problemas com a
merenda escolar, é alarmante. Nós fizemos, em alguns momentos, inclusive,
convênios com produtores da Zona Sul, em que as escolas recebiam produtos
diretamente das suas comunidades. Hoje, no Estado, em alguns lugares, se faz
isso, porque se iniciou esse processo, há alguns anos, no Governo do Estado.
Eu queria, inclusive, aproveitar para fazer, Ver.
Oliboni, um Requerimento no sentido de que todas as intervenções, a começar
pela da Srª Carmem aqui, fossem levadas ao Executivo Municipal, dirigidos os
pronunciamentos, por meio das notas taquigráficas, à Secretaria Municipal de
Saúde e à Secretaria Municipal de Educação. Porque, aqui, como legisladores,
como incentivadores de boas práticas na alimentação saudável, nós estamos
fazendo a nossa parte. Estivemos presentes, inclusive, na Conferência Municipal
de Nutrição e de Segurança Alimentar, representando esta Câmara, e nesse final
de semana - quinta, sexta e sábado -, também houve a participação na 4ª
Conferência Estadual. Portanto, da nossa parte, novas investidas serão feitas,
inclusive eu iria solicitar mais alguns exemplares para que a gente começasse,
pelo menos aqui na Casa, não colocando apenas no nosso gabinete, mas,
principalmente, a começar com os dois restaurantes da Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado, Ver.
Adeli Sell. Desde já a Mesa acata a sua sugestão, e encaminharemos o
Requerimento de enviar os pronunciamentos dos nobres Vereadores para a
Secretaria da Saúde e para a Secretaria da Educação.
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. GOULART: Saúdo o Ver.
Aldacir Oliboni, na presidência dos trabalhos; Srª Carmem, nutricionista, a
saudação da Bancada do PTB, Bancada trabalhista; quero dizer da importância que
tem sido o trabalho das
nutricionistas nos hospitais em que trabalho, cuidando das pessoas que precisam
da nossa atenção. Então, já quero saudar todas as nutricionistas neste momento.
E quero dizer da importância da nutrição, porque nutrição não é absolutamente
sinônimo de comer, de ingerir alimentos; a fome é a falta da nutrição. Os
objetivos são alcançados num bom viver, com estado nutricional bom; não
significa, simplesmente, ingerir alimentos e comer.
O
médico sul-americano, Escudeiro, estudou muito bem isso, e dizia que
precisávamos tantos por cento de lipídios, tantos por cento de protídeos e
tantos por cento de glicídios. Essa proporção nunca caiu, e é o que se deve
buscar, e as nutricionistas nos ajudam muito nisso. Mas eu queria dizer que é
trabalhista o grande médico nutricionista que o Brasil teve, fez parte do
Governo João Goulart, chamava-se Josué de Castro. O homem que escreveu o famoso
livro: A Geografia da Fome, e, logo depois, um que foi até mais conhecido no
Exterior, que foi o Geopolítica da Fome.
Então,
é trabalhista a preocupação com a educação e com a nutrição. Josué de Castro
foi uma das maiores autoridades, junto com Escudeiro, no mundo, sobre nutrição.
E eu tenho a honra de pertencer a esse Partido que se preocupou com a nutrição
dos brasileirinhos daquela época. E se nós formos estudar a fundo, fazer um
inquérito, nós vamos ver que em várias regiões os nossos brasileirinhos ainda
carecem da nutrição. E nunca se esquecendo que, se faltar proteína na infância,
a inteligência, mais adiante, fica prejudicada e a soberania de um País também.
Então,
lembrando o Josué de Castro, o nosso querido trabalhista, eu saúdo a
nutricionista, e quero dizer que a Bancada também fica à disposição no que for
possível.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado,
Ver. Dr. Goulart.
O
Ver. Nereu D’Avila está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Srª Carmem, estava ouvindo, com atenção, os
pronunciamentos dos Srs. Vereadores, das diversas Bancadas, e, exatamente, Srª
Carmem, estava vendo a importância da sua presença nesta Casa hoje,
simplesmente pelo interesse da matéria trazida por V. Sa., que isso já seria
suficiente, porque, através dos pronunciamentos, vi o quanto essa temática está
na ordem do dia.
Mas,
mais do que isso, em nome do PDT, dos seus Vereadores, queria referir que o
Projeto do Executivo - também inclui o que o Ver. Adeli referiu - dispõe sobre
a criação do Sistema Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável
- V. Sa. conhece - com vista a assegurar o direito humano fundamental:
alimentação adequada, e dá outras providências. Exatamente como disseram, agora
falou um médico, anteriormente um outro médico, no sentido de que comer não
quer dizer alimentar-se, tanto que o tema que traz V. Sª aqui é exatamente a
obesidade. Então, estamos falando de saúde, e não só a saúde do adulto, mas
também sobre a obesidade infantil, que tem sido pauta de matérias
importantíssimas que a mídia tem sustentado nos últimos dias. Então, por todos
esses motivos, agradecemos a sua presença aqui. Temos uma Comissão de Saúde
atuante, mas, evidentemente, a saúde é um dos principais temas da nacionalidade.
E, aliás, não é um tema adjunto ao Brasil; nos Estados Unidos também está sendo
preocupante a adequação alimentar. O que é muito importante, porque traz,
efetivamente, projetos importantes, pois aqui, quando é em favor da Cidade, não
se tem legenda partidária. Eu acho que o Projeto da Verª Sofia Cavedon foi
muito importante, porque se preocupou, exatamente, com a adequação nas escolas,
e nós aprovamos o Projeto por unanimidade. Ou seja, onde estiver a preocupação
com a Saúde, com a Segurança, com a Educação, nós estaremos juntos. Então,
saúdo a sua presença aqui e que leve a outros setores, além da Câmara, essa
discussão, porque é importante que todos nós nos preocupemos com o futuro, e a
saúde é o principal tema a ser abordado por todos nós. Muito obrigado a Vossa
Senhoria.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
Obrigado, Ver. Nereu D’Avila. Nós, em nome da Mesa, Professora Carmem, do
Conselho Regional de Nutricionistas, queremos lhe dizer que estamos muito
preocupados com a questão da obesidade mórbida, até porque, se nós observarmos,
muitos cidadãos não tem acesso à chamada cirurgia de redução de estômago. Nós
temos um cidadão que está caminhando até Brasília, o Cristiano - não chegou lá
ainda -, para exatamente buscar, com esse ato, junto ao INSS, junto ao SUS,
mais consultas para população de baixa renda. É nesse sentido também que, uma
vez se tornando um cidadão com obesidade, nós tenhamos condições de acesso, não
só a possibilidade concreta de fazer uma cirurgia, mas também o acompanhamento
posterior. A Casa se orgulha e fica muito feliz com a sua presença, e deseja
boa sorte na caminhada. E desejamos uma grande festa, no aniversário de amanhã;
parabéns!
Vamos
suspender os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h33min.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni – às
14h34min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos
ao
O
Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo da Verª Maria Celeste.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que
nos acompanha aqui e na TVCâmara, quero usar este Grande Expediente, já pedindo
licença a todos os Vereadores presentes, no sentido de que hoje não vou
conceder apartes, porque é a primeira vez que uso o Grande Expediente, e quero
fazer, aqui, um balanço, uma análise política sobre a governança Fogaça.
Temos
acompanhado, nos últimos dias, uma série de confusões políticas que estão
afetando profundamente a Prefeitura de Porto Alegre, e elas vêm depois de um
balanço bem pesado sobre a gestão Fogaça em Porto Alegre.
Essa
gestão, da qual já tratamos aqui nesta tribuna, tem a característica de ser o
primeiro Governo de centro-direita que governa Porto Alegre pós-ditadura
militar. Tivemos um Governo de corte popular, com o PDT, de Collares; depois,
16 anos de Frente Popular, e, agora, o primeiro Governo de centro-direita que
governa a cidade de Porto Alegre, obviamente com um programa não-claro para a
Cidade - porque não tinha um projeto para a Cidade -, mas com o que eu chamo de
uma carga genética muito clara, porque esse Governo, formado pelo Prefeito
Fogaça, pelo Secretário de Governo, Sr. Busatto; pelo Secretário da Fazenda,
Sr. Cristiano Tatsch, que foi Presidente da CRT quando ela foi privatizada, por
exemplo; esse núcleo de Governo tem um DNA, Ver. Todeschini e Verª Margarete
Moraes, ele tem uma carga genética, que é demonstrada na própria execução do
Governo e da sua gestão. Por que eu digo isto? Porque é um Governo que, nesses
dois últimos anos, foi marcado por um profundo corte de investimentos. E quando
eu digo profundo corte de investimentos não é um exagero de retórica. Nós
tínhamos 315 milhões de reais propostos para o primeiro Orçamento de 2005, e
foram investidos 82 milhões de reais. Em 2006, nós tínhamos 215 milhões, no
Orçamento feito pela governança Fogaça para ser investido em Porto Alegre; e o
Secretário Cristiano Tatsch, que esteve aqui sentado à Mesa, nos deu a cifra do
quanto foi investido em 2006. Não é um número que este Vereador está inventando
ou sequer é uma pesquisa feita por mim: foi dito pelo Secretário Municipal da
Fazenda que foram investidos 84 milhões de reais, ou seja, de 2005 para 2006
houve um acréscimo no Investimento de 2 milhões de reais; de 82 milhões passou
para 84 milhões de reais.
E,
Ver. Todeschini, o mais incrível ainda: nós tivemos um estorno de investimento,
de valor empenhado, em 2006, quando foram cortados 22 milhões, simplesmente, no
Diário Oficial apresentado em janeiro. Mas nós tivemos um forte corte no
custeio, e isso comprometeu consideravelmente os serviços da Cidade: a limpeza,
a continuidade de serviços de Saúde, a Habitação, o Transporte, a
infra-estrutura da Cidade; tudo isto também por um profundo corte no custeio.
Mas
esse Governo tem título. Eu brinco que é um título em busca de um conteúdo, que
é a chamada Governança Solidária. É um título cujo conteúdo nós não
compreendemos, porque ele não se expressa na vida e na gestão política da
Cidade; porque ele é uma proposta de parceria, onde a única parceria que está
sendo feita, até agora, é entre a Prefeitura e o setor privado da Cidade,
porque a comunidade, de fato, não está fazendo parte dessa parceria.
E
quero dar um dado muito claro: o Orçamento Participativo decidiu, em demandas,
em 2005 e 2006, 335 demandas. O Governo Fogaça, prestando contas nas
comunidades, está dizendo que foi cumprido apenas 29%; ou seja, menos de 10% do
que foi demandado pelo Orçamento Participativo em 2005 e 2006 foi cumprido pelo Governo
Fogaça. Que parceria é essa entre comunidade, setor privado, sociedade civil e
Prefeitura, que está ali colocada sob o título de Governança Solidária - que eu
chamo de governança Fogaça -, onde a população não entra com nada, não ganha
nada, não leva nada, mas o setor privado, junto com a Prefeitura, está fazendo
todas as parcerias? Por que eu digo isto? Porque tem um processo de
privatização branca, hoje, em curso, em relação ao Araújo Vianna, que vai
entregar 10 anos do Araújo Vianna, com 75% dos dias para a iniciativa privada.
E o que nos garante, Ver. Comassetto, que daqui a 10 anos não vai ser renovado
esse processo? O que nos garante que essa empresa que vai ganhar vai garantir
os melhores dias do ano para o Poder Público poder realizar suas atividades
culturais? O que nos garante que não é um processo que inicia a privatização da
Cultura, Verª Margarete Moraes, por que se esse projeto, que eles querem, tiver
sucesso - entre aspas -, o que nos garante que isso não vá para o Gasômetro,
que está lá esperando a pintura até hoje?
Há dois anos foi anunciada a pintura do Gasômetro,
Ver. Guilherme Barbosa; depois foi feita uma pesquisa com a população; votaram,
escolheram a tinta; aí, o Prefeito foi lá inaugurar a pintura, o que já é uma
novidade, porque eu já vi Prefeito inaugurar uma reforma; agora, inaugurar uma
pintura eu não tinha visto ainda. Mas o Prefeito Fogaça foi lá e inaugurou a
pintura há mais de mês, e nem sequer começou a ser pintada a Usina do
Gasômetro, o que é uma vergonha, porque há uma ausência do Poder Público na
Cidade e há uma ausência física, inclusive, do Prefeito.
Há uma crise, Ver. Dr. Goulart, clara, na Saúde;
mas é claro que há uma crise! Caiu consideravelmente o Serviço de Saúde em
Porto Alegre. E a última notícia triste para a Cidade de Porto Alegre é em
relação ao HPS.
Então,
nós estamos acompanhando uma Prefeitura que está ausente da Cidade, na sua
gestão, quando corta investimento, corta custeio. E uma Prefeitura que está
propondo passar tudo o que puder para a iniciativa privada, porque aí fala dos
Portais, da construção dos três shopping centers nos três pontos dos
Portais. Entrega para a iniciativa privada o Araújo Vianna; sucateia a Carris.
Qualquer pessoa da comunidade em Porto Alegre é testemunha do quanto caiu o
serviço de transporte público em Porto Alegre. Não se cumpre horário, não tem
mais qualidade nos ônibus, os ônibus da Carris estão sucateados.
Ou
seja, há um processo de desmonte da Prefeitura de Porto Alegre, obviamente,
sempre com a intenção de repassar. Então, teve linhas da Carris que, depois que
elas engordaram bem, que davam lucro, que a gente mostrou que podia, e que a
iniciativa privada não queria, no início, agora que estão dando lucro, a
iniciativa privada quis, e ganhou do Governo Fogaça, levou algumas linhas e quer
levar mais. E, pelo jeito que está indo o sucateamento, Ver. Comassetto, vai
levar; se nós não ficarmos atentos, vai levar as linhas que engordam mais o
caixa, obviamente. Este é o DNA, esta é a carga genética de um Governo que vem
do Governo Britto, que era, visivelmente, um Governo marcadamente neoliberal e
privatizante. Esta é a lógica.
Agora,
nós vamos ter o leilão da folha dos servidores públicos para o pagamento dos
salários. E assim vai, poderia dar vários exemplos sobre esta gestão Fogaça.
Mas, agora,
nós acompanhamos uma confusão na base política, porque, ao ouvir as críticas,
inclusive da imprensa e da comunidade, porque tem uma avaliação muito negativa
sobre a gestão Fogaça, há um corre-corre de Partidos querendo lançar candidato
próprio. E há, inclusive, uma confusão, por exemplo, no próprio PMDB, que já
lançou três alternativas: uma era lançar candidato próprio; a outra era o
Zambiasi Prefeito, com um Vice do PMDB; agora querem refiliar o Fogaça para o
PMDB. O PMDB não tem uma posição para apresentar para a sociedade, não sabe se
vai para cá, se vai para lá. O Fogaça que é o nosso Prefeito diz...
O
Sr. Bernardino Vendruscolo:
V. Exª permite um aparte?
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Eu
já tinha avisado, Vereador, que eu não iria dar aparte hoje. Obrigado. O
Prefeito Fogaça diz que vai se lançar a Prefeito de novo, para a reeleição,
para ver se estanca o sangramento que há na sua base de Governo; aí, recua na
hora da festa. Quando ia chegar a hora do brinde para lançar o Fogaça, ele diz:
“não, espera só um pouquinho, que estou pensando ainda”. O Prefeito ausente da
Cidade, uma gestão ruim, mal-avaliada pela população, e uma base política que
se está desfazendo numa confusão de proposta: isto é o balanço de dois anos da
governança Fogaça, com um programa de Governo que, se eu for ler aqui, como já
li tantas vezes na tribuna, nós vamos perceber que quase nada deste programa
foi feito. Pois, aí, eu brincava aqui com a Verª Margarete Moraes que, dois
anos atrás, eles foram fazer a escolha da cor da Usina do Gasômetro, e um ano
se passou e nada da cor da Usina do Gasômetro; e dois anos se passaram e nada
da cor da Usina do Gasômetro; aí, o Prefeito vai lá e lança a pintura da Usina
do Gasômetro; e dois meses depois, nada da cor da Usina do Gasômetro.
Agora, Verª
Margarete Moraes, nós entendemos: é a cor desse Governo, é a cor do abandono.
(Palmas.)
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente, por cedência
de tempo da Verª Maria Luiza.
O SR. DR. GOULART: Ver. Aldacir
Oliboni, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quando faltavam dois dias para a penúltima
eleição que aconteceu entre nós - portanto, a eleição municipal -, lá na
Restinga, na 4ª Unidade, foi lançada a pedra fundamental - e eu estava lá,
foram tiradas fotografias nossas - do Hospital da Restinga. Várias autoridades,
inclusive o Ministro da Saúde lá estava. Estávamos eu e o Ver. Besson, éramos
os únicos dois Vereadores da oposição, na época. Estavam lá os Vereadores da
Frente Popular, alguns Deputados e o Ver. Comassetto, que era futuro Vereador
naquela época. Então, meus caros, passaram-se quase três anos daquele
lançamento que deu uma esperança enorme para os moradores da Restinga, e esse imbróglio
do Hospital da Restinga já derrubou muitas lideranças, já acabou com carreiras
políticas essa promessa do hospital - todos os senhores sabem do que eu estou
falando. Era o Hospital Moinhos de Vento que iria, junto com a Prefeitura, em
sinal de uma renúncia fiscal, fazer o Hospital da Restinga. E nós, o Comassetto
já eleito e eu reeleito, nós preocupamos com isso, porque nós temos interesses
muito grandes na cidade de Porto Alegre, porque nós representamos, e temos um
carinho imenso pela Restinga, que é um lugar que nos elege majoritariamente. E,
aí, deixamos um milhão e quatrocentos mil, verba que nós achávamos imensa, mas
que não dá nem para começar a fazer o Hospital. Então passou a ser uma coisa meio simbólica, esse um milhão
e 400 mil reais - um milhão deixado por mim e 400 mil pelo Ver. Comassetto -;
mas, pelo menos, para começarmos a fazer o hospital. E aí, o que nos diz o
Governo, meu querido, Vereador? Diz que isso é tudo com o hospital Moinhos de
Vento. O que diz o Hospital Moinhos de Vento? Isso é tudo com o Governo. E aí
começamos a entrar naquele jogo que nós não podemos permitir - nós, políticos.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, estou atento à
sua preocupação com a questão da saúde em Porto Alegre. Eu fiz um Pedido de
Informações, e gostaria que a Prefeitura respondesse aos Pedidos de
informações. Afinal de contas, a Prefeitura perdeu ou não perdeu dinheiro do
QualiSUS, no Hospital de Pronto Socorro? Porque é essa a informação que eu tenho,
de fonte seguríssima. Eu vou à tribuna, faço essa colocação, a base do Governo
não responde, assim como também ninguém quer manifestar-se sobre a Restinga.
Afinal de contas, a Prefeitura tem... De quem é a responsabilidade? E o que o
Governo disse que ia fazer e não está fazendo?
O
SR. DR. GOULART:
Obrigado pelo aparte.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Dr. Goulart,
contribuindo com o seu diálogo, com a preocupação que o senhor traz - presente
sempre - sobre a saúde. O Hospital Geral da Restinga, programa e projeto que
ficou assinado, nós defendemos a sua continuidade administrativa. O Dr. Raul
Martins era contrário, e o programa ficou um ano e meio engavetado dentro da
Secretaria da Saúde, até que caiu o supervisor - Raul Martins -, e, no final do
ano passado, para poder garantir os 450 mil gravados - que gravamos aqui, na
Câmara, no Orçamento -, fomos ao Ministério Público, o Ministério Público
determinou que esse dinheiro seja destinado para dois PSFs, um lá no Chapéu do
Sol e outro no Núcleo Esperança. E as afirmações que andam dizendo por aí, de
que o Moinhos não tinha mais filantropia, são equivocadas. O Moinhos sempre
teve filantropia, e, no final de 2006, inclusive, foi renovada novamente a filantropia,
e com relação a isso é muito dinheiro que está sendo isento; portanto, já
deveria estar em obras o Complexo Hospitalar da Restinga. Muito obrigado.
O
SR. DR. GOULART:
Obrigado, Excelência.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, eu digo a V.
Exª, que é um médico de ponta, que sabe como poucos aqui nesta Casa o
sofrimento do nosso povo, que um Deputado Federal abriu uma CPI sobre a CPMF,
que foi criada para a Saúde e cujo dinheiro ninguém sabe para onde vai. E eu
tenho certeza absoluta, como a maioria dos Vereadores, que, com isso, o
problema da Saúde estaria menor. Espero que algum desses homens, talvez até um
Senador, tenha a iniciativa de abrir uma CPI para investigar para onde vai o
dinheiro da CPMF - que foi criada para a Saúde, mas a Saúde mesmo pouca coisa
recebe. Sou grato a Vossa Excelência.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, muito
obrigado pela oportunidade. V. Exª estava presente na visita que a Comissão de
Saúde fez à Restinga - o Presidente era o Ver. João Carlos Nedel -, e lá estava
nos esperando o Diretor-geral do Hospital Moinhos de Vento, Dr. João Polanczyk.
E ele disse formalmente - V. Exª ouviu -, que nunca houve filantropia. E se
tivesse havido, já estava havendo investimento, pelo alívio que a filantropia
traria aos impostos do Hospital Moinhos de Vento para com o Estado, lato
sensu. Então, V. Exª sabe que o Hospital Moinhos de Vento diz sempre a
mesma coisa: “Nós não temos qualquer beneplácito filantrópico”.
O
SR. DR. GOULART: E o
motivo pelo qual eu pedi a palavra para a Verª Maria Luiza, do PTB, que me
cedeu este tempo, foi justamente para falar neste assunto. Eu ouvi o Ver.
Carlos Comassetto dizer que tinha filantropia. Aliás, eu vi a fotografia do
Ver. Carlos Comassetto numa página política de um jornal da Cidade falando
sobre o Hospital, inclusive o Vereador Comassetto estava em Brasília. Aí, eu
fui falar com o Prefeito - antes de me manifestar, eu sempre procuro falar com
ele -, que disse: “Goulart, o problema do Hospital da Restinga é totalmente com
o Moinhos de Vento”. Aí, eu fui no Moinhos de Vento e me sentei com o Dr.
Polanczyk, que me disse: “É totalmente com a Prefeitura, através de um ato do
Ministro Temporão, que deverá dar a filantropia, com isenção”.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Dr.
Goulart, quero lembrar a V. Exª que a Câmara votou, com urgência, um Projeto
para que o Hospital Moinhos de Vento fosse considerado filantrópico.
O SR. DR. GOULART: Obrigado.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, não vou ficar aqui
querendo desmentir outros colegas Vereadores, até por que V. Exª sabe que o
Hospital Moinhos de Vento, assim como o Hospital Mãe de Deus, possui o atestado
de filantropia há muito tempo, e isso significa isenção; portanto vamos fazer
um pedido oficial à Presidência da Casa para que consulte isso para confirmar
que o que falamos aqui é verdade. Muito obrigado.
O SR. DR. GOULART: Eu estou
somente citando para historiar a minha fala, mas acredito, Vereador, porque sei
que é verdade, que temos várias isenções. Acredito em V. Exª, somente estou
historiando. E na minha última visita ao gestor Polanczyk, uma pessoa
extremamente competente que mudou a figura da Santa Casa - que era um hospital
que atendia às pessoas que não tinham nada, um hospital de pessoas muito
pobres, tornando-o um hospital que atende convênios, particulares, SUS, um bom
hospital -, eu entendo que ele faça um bom trabalho também lá no Moinhos de
Vento, mas o que me diz ele? “Se V. Exª for falar, diga que precisamos que os
Vereadores e que a Presidência da Casa enviem uma comunicação ao Ministro
Temporão, porque o Ministro tem que regulamentar a filantropia”. A filantropia
existe, mas não está regulamentada; então eles não estão descontando
filantropia por falta da regulamentação. Esta minha fala é no sentido de ativar
a consciência dos senhores Vereadores - e que bom que vários Vereadores
colaboraram através de apartes, mostrando a importância do fato. Nós precisamos
enviar ao Ministro Temporão um documento dizendo que somos os responsáveis
muito fortes pela municipalização da Saúde, porque somos fiscais das municipalizações,
nós somos os Vereadores. Aqui o Vereador é tão importante quanto um Deputado
Federal e um Senador, neste momento, porque eles votam lá, mas nós fazemos o
trabalho político descentralizado na urbe, no Município, no lugar onde as
coisas acontecem. E a Restinga não pode mais esperar 40 minutos para fazer um
parto. Não sei qual é a proporção, mas várias mulheres têm seu parto realizado
na ambulância ou na viatura da Brigada. Isso não é o desejável; mostra que é um
parto fácil, mas não é o desejável. Precisamos ter lá uma maternidade.
Precisamos hospitalizar pessoas para fazer desintoxicação de drogas, de álcool;
uma vez que a reforma psiquiátrica é uma mentira, é um arremedo, é uma
malvadeza contra a população, justamente a reforma que seria maravilhosa.
Então, senhores, obrigado pela tolerância; que bom
que os Vereadores estão interessados neste assunto. Façamos um documento para o
Ministro Temporão para que o Hospital Moinhos de Vento comece, com o
dinheirinho bem pequenino que a gente deixou lá, e mais o dele, da renúncia
fiscal, para que possamos fazer o Hospital da Restinga. É preciso!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado, Dr.
Goulart.
Passamos às
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; colegas Vereadores e colegas Vereadoras;
senhores e senhoras, já quero aproveitar, Ver. Aldacir Oliboni, e passar às
mãos da Presidência o Decreto nº 1.870/06, do Sr. Presidente da República, de
18 de setembro de 2006, que instituiu o novo Decreto de Filantropias no Brasil,
no qual se enquadra o Hospital Moinhos de Vento - vou entregar novamente, já
fiz essa entrega à Mesa no ano passado -, para que todos os Vereadores possam
fazer a consulta e saber como se enquadram os hospitais, e a garantia de que o
Hospital Moinhos de Vento já tem a filantropia, só não estende os benefícios,
Dr. Raul, que deveria pelos direitos que lhe dá a atual filantropia.
Portanto, não queremos proteger a instituição
Hospital Moinhos de Vento, mas reconhecê-la, sim, cobrando-lhe os benefícios
que deve cumprir com Porto Alegre, em nome do processo de filantropia.
Mas quero falar aqui de outro tema no qual também
estamos trabalhando, que é a Escola Técnica Federal para a Restinga, em Porto
Alegre. Os temas de escolas técnicas ou Ensino Médio e Técnico são temas de
extrema importância para Porto Alegre, para o Rio Grande do Sul, para o Brasil
e para a América Latina, porque temos de oferecer alternativas para concorrerem, inclusive, com a delinqüência, com o
tráfico e com outros setores. Portanto, este tema das escolas técnicas foi
reassumido na primeira gestão do Presidente Lula, no sentido de organizá-lo,
porque, desde 1998, a União encontrava-se impedida de promover a criação de
novas unidades federais de Ensino Técnico, uma vez que publicou a Lei nº 9.649.
Portanto,
analisem bem, senhores e senhoras, quem era o Presidente da República nesse
momento, que determinou que não poderia haver mais escolas de Ensino Técnico no
País, sob a jurisdição federal, Ver. Carlos Todeschini?! O Presidente da
República retomou esse tema e criou a nova Legislação, que sancionou, no dia 18
de novembro de 2005, após 18 meses de tramitação no Congresso Nacional, a Lei
nº 11.195, abrindo caminho para a execução do Plano de Expansão da Rede Federal
das Escolas Técnicas. Em 2006, senhores e senhoras - e eu gostaria que a
imprensa mostrasse aqui -, o Presidente da República lançou o Plano de Expansão
da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica para o Brasil (Mostra
revista.). E, nesse momento, lançou 42 Escolas Técnicas para todo o País, sendo
três delas aqui no Rio Grande do Sul, nas cidades de Passo Fundo, Charqueadas e
Canoas. E amanhã, às 10 horas, o Presidente da República estará lançando um
novo edital das Escolas Técnicas Federais para o Brasil, sendo que uma será em
Porto Alegre, e localizar-se-á na Restinga. E fizemos, juntamente com os
Vereadores Carlos Todeschini, Adeli Sell e Guilherme Barbosa, no dia 26 de
março, uma Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos, trazendo todas as
partes: Senado Federal, Câmara dos Deputados, Ministério da Educação, Governo
Municipal, Governo do Estado, comunidade organizada, onde construímos uma
unidade de compromissos para absorver a Escola Técnica Federal de Porto Alegre,
na Restinga, com o compromisso, inclusive, de a Prefeitura Municipal destinar a
área onde ela será instalada. Portanto, a costura local está feita. Amanhã, o
Presidente da República estará assinando o edital e dependerá, imediatamente,
que esta Câmara de Vereadores, bem como o Executivo Municipal, apresentem a sua
contrapartida, para que esse projeto traga uma das 155 Escolas Técnicas
Federais do Brasil.
Portanto,
nesse trabalho que estamos à frente, discutindo aqui principalmente com os
Vereadores Aldacir Oliboni, Margarete Moraes, Carlos Todeschini, Adeli Sell,
Guilherme Barbosa e Sofia Cavedon, já fizemos várias agendas nas comunidade,
audiências públicas, reuniões, discussões para que um projeto dessa grandeza e
dessa envergadura também seja uma conquista desta Câmara de Vereadores.
Portanto,
Ver. Dr. Goulart, estamos satisfeitos, porque esse compromisso político, Ver.
João Antonio Dib, a Presidência da Republica está cumprindo e fazendo chegar
aonde precisa: nas comunidades carentes. Esta é uma política de inclusão da
juventude pelo conhecimento, pelo saber, pela potencialização de uma atividade
profissional. Esse é o nosso papel, e, num próximo momento, voltaremos ao
debate sobre o Hospital Geral da Restinga, para o que haverá uma Audiência
Pública no Ministério Público, provocada por nós, no dia 3 de maio, quando o
Município terá que levar o novo cronograma do Hospital, juntamente com o
Hospital Moinhos de Vento, bem como o projeto. Não serão somente dois PSFs, o
terceiro - que nós aprovamos aqui - é o regime urbanístico da empresa Ecoclean,
e, em contrapartida, eles estão construindo mais um PSF, na Boa Vista - Beco da
Vitória.
Portanto,
esse é o trabalho que temos feito a respeito dessas duas estruturas de caráter
da política federal que acontecem no Município.
Concluindo,
Sr. Presidente, peço desculpas por ter passado alguns minutos do meu tempo, mas
é a Escola Técnica Federal de Porto Alegre, para a qual amanhã será
oficializado o Edital pelo Sr. Presidente da República. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Nós
que agradecemos, Ver. Comassetto. Gostaria que entregasse à Mesa o documento
que V. Exª mostrou ali no Plenário, para que todos os Vereadores possam ter a
cópia da minuta da qual V. Exª disse que o Hospital Moinhos de Vento já é
filantrópico. Eu solicito que a DL entregue uma cópia a todos os Vereadores.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e público presente, vou fazer uma manifestação
aqui sobre os seguintes dados, Ver. Guilherme: o Governo Federal envia a Porto
Alegre, na forma de financiamento retornável ou a fundo perdido, em 2007, 205
milhões de reais para o saneamento, para o tratamento dos esgotos, para o
sistema de drenagem; 149 milhões de reais para habitação popular - a maior
parte a fundo perdido -, e mais 50 milhões de reais para a renovação do sistema
de iluminação pública, cuja assinatura veio a ser feita pela Ministra Dilma, há
poucos dias. Portanto, Porto Alegre recebe do Governo Federal, do Governo Lula,
mais de 400 milhões de reais em investimentos.
É
importante que se faça esse registro, porque nós temos um outro elemento no
Estado, que é um elemento de muita preocupação, que é o início de uma epidemia
de dengue. Participei aqui, como eu acredito que outros Vereadores
participaram, em 1994, quando estávamos sob ameaça de um surto de cólera, e o
Rio Grande do Sul conseguiu ficar imune, conseguiu barrar a cólera pela
eficiência do controle sanitário e, fundamentalmente, pela eficiência do
sistema de distribuição de água, tanto é que o vibrião foi encontrado nos
esgotos de Porto Alegre, mas o sistema de tratamento de água do DMAE foi tão
eficaz que não permitiu que a cólera passasse para o sistema de distribuição de
água. Dessa forma é que foi barrada a cólera. No entanto, nós vemos agora esse
surto de dengue no Município de Giruá. Uma vez se instalando o ciclo da doença,
é possível que nós tenhamos uma epidemia generalizada, até porque nós temos uma
propagação descontrolada do vetor, visto que não houve inverno, visto que a
população do mosquito aedes aegipty não parou de se reproduzir durante
esse período todo, um período de muito calor. E isso requer uma cobrança, sim -
nós temos aqui os colegas médicos -, isso requer uma cobrança de atitude,
porque eu creio que a Vigilância Sanitária do Estado não está tendo as
condições e não teve a prioridade e o apoio necessário para fazer o controle do
vetor responsável pela disseminação dessa doença. Portanto, é necessário que
todos estejamos muito alerta, porque, aqui na Cidade, nós vemos excesso de lixo
espalhado por todos os lugares e falta de limpeza. Por exemplo, tem esta foto,
do jornal Zero Hora de hoje, do Arroio Areia, que é um tapete de lixo. (Mostra
fotografia.) E assim acontece em muitos lugares da Cidade, aliado, ainda, à
mortandade de peixes, aqui no Vale dos Sinos, que fez com que grande parte dos
predadores, os peixes, deixassem a população de mosquitos se multiplicar de
forma desordenada. E isso também está acontecendo no Litoral e aconteceu aqui
no Vale dos Sinos, onde a infestação de mosquitos, de pernilongos se tornou
algo insuportável. Portanto faço um alerta, porque é preciso redobrar os
cuidados para evitar que a epidemia de dengue atinja também Porto Alegre e as
cidades da Região Metropolitana, o que seria uma calamidade muito grande.
E,
por último, quero fazer aqui uma fala sobre o que o Governo Fogaça e os
Secretários falam muito: transversalidade. Eu acho que a única transversalidade
que acontece é o Ver. Maurício recapeando asfalto nas direções transversais,
porque, na verdade, a Cidade está muito malcuidada, muito deficiente.
E
um fato lamentável aconteceu na semana passada, quando um funcionário do
Município foi a uma comunidade, lá na Vila Nova, dizendo-se porta-voz da
regularização, desde que, mesmo ele sendo Cargo de Confiança deste Governo, ele
oferecesse e a comunidade comprasse os seus serviços para a regularização e
para o asfaltamento daquela vila. Essa pessoa é CC do Governo, foi candidato a
deputado na eleição passada, foi lá pressionar e intimidar os moradores dessa
vila - que precisa, sim, de regularização -, para ela adquirir os seus
serviços, para que, então, pudesse receber asfalto, numa clara manipulação,
numa falta de ética e numa ilegalidade, porque CC e funcionário público, com
Dedicação Exclusiva, não pode exercer outra atividade, pelo menos no Município
de Porto Alegre. E, nesse caso, vimos um funcionário valendo-se, inclusive, da
condição de funcionário, para pressionar e vender os seus serviços privados em
articulação com a ação pública. Isso é inaceitável. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, há disseminada, indisfarçavelmente, uma fúria
legalista de uma determinada Bancada, mas, se sobrar um pouquinho de tempo e de
energia da metralhadora giratória contra um Prefeito que vem fazendo o
saneamento das finanças de Porto Alegre e vem lutando contra a herança maldita
recebida, se tiver um tempinho, se sobrar alguma coisa de energia, vejam a
denúncia da revista ISTOÉ desta semana (Lê.): “A empresária paranaense Silvia
Pfeiffer, 47 anos, diz que foi expulsa da sua própria empresa, a Aeromídia,
assim que levou para lá, como sócio, o então Secretário de Desenvolvimento
Urbano de Curitiba Carlos Alberto Carvalho, em 2003. Ele tinha relações com o
Prefeito Cássio Taniguchi (DEM), hoje Secretário de Desenvolvimento Urbano do
Distrito Federal, e passou a controlar toda a contabilidade da Aeromídia. A
partir daí, segundo Silvia, uma ‘verdadeira máfia’ começou a utilizar a empresa
como fachada para desviar dinheiro público para fins privados. Empresária do
Paraná revela detalhes da corrupção na Infraero [empresa federal do Governo],
acusa políticos e empresários e diz que os diretores envolvidos nas falcatruas
continuam intocáveis. Sâmara (Valter Sâmara, empresário, é amigo pessoal do
Presidente Lula) insistiu que eu fosse falar com a Secretária de Lula.
Ela receberia 10% de comissão para dar ao PT. Existe uma ligação entre as
pessoas envolvidas nas fraudes da Infraero com o mensalão de Marcos Valério. A
diretora Eleuza Lopes (diretora de engenharia da Infraero) é da equipe de Lula
e do Carlos Wilson, do Partido dos Trabalhadores de Pernambuco. Será muito
difícil ela cair. Não tenho dúvida de que boa parte do dinheiro desviado era
repassada para a campanha de Carlos Wilson”.
Aquele
famoso Emerson Palmieri, que esteve viajando para privatizar empresas públicas
brasileiras sob o comando do então Ministro José Dirceu, esteve várias vezes
nas reuniões da Infraero que tratavam da distribuição de recursos desviados. O
outro viajante, acompanhando José Dirceu para vender em Portugal as empresas do
Governo, “o diretor Fernando Brendaglia esteve com Dirceu em Portugal nas
negociações com a Portugal Telecom. Há um contrato que envolve a empresa de um
filho do Ministro Reinhold Stephanes.” O repórter pergunta: “O Ministro da
Agricultura? Esse. Me tiraram da jogada, era um contrato enrolado. Um contrato
no Rio, para um consórcio, Ductor, do qual participativa a Cembra, empresa de
Marcelo Stephanes, filho do Ministro. O Tribunal de Contas tem encontrado
irregularidades também nas obras de ampliação dos aeroportos; tudo é
superfaturado. A Odebrecht, por exemplo, no aeroporto de Recife. A Andrade
Gutierrez no aeroporto de Curitiba, a OAS no aeroporto de Salvador. Uma empresa
de São Paulo ganhou a obra de Brasília e furou o esquema”. Foi um acidente de
percurso. “A corrupção ali é muito grande. A Infraero investiu mais de R$ 3,2
bilhões em obras. Se quebrar o sigilo bancário dos diretores da Infraero, dos
superintendes, na engenharia, que cuida das obras, se encontrará um verdadeiro
absurdo”.
Como
essa entrevista é longa, e eu tenho somente cinco minutos, recomendo que leiam
a revista ISTOÉ desta semana, para ver onde é que estamos metidos. E, se
passaram a borracha em tudo do ano passado, Ver. Heinen, agora continua tudo de
novo, exatamente a mesma coisa. Dez por cento financiando a campanha do
Presidente Lula, está escrito aqui, dito, gravado, para toda imprensa
brasileira, por um semanário de grande circulação no País.
O
que eu quero dizer é que, casualmente, essa fúria contra o Prefeito Fogaça, se
sobrar mais alguma coisinha, um pouco mais de energia, se não gastar toda nessa
metralhadora giratória, que não se esqueça que o Partido dos Trabalhadores tem
uma Governadora, Ana Júlia Carepa, que tem feito os maiores escândalos deste
País em matéria de nepotismo, organização de quadrilha e principalmente de
desvio de dinheiro público para a iniciativa privada, ela que é, como está
ficando muito comum, a cabeça de um esquema monumental, gigantesco, enquanto
aqui, a gente luta contra um mar de desgraças, onde falta tudo, inclusive o
dinheiro. Aqui, em Porto Alegre, recebemos essa herança, e, portanto, reclamar
do Governo Fogaça até que ele consiga recuperar um pouco, empatar o jogo e
investir alguma coisa, eu acho que é muito injusto, quando nós vemos mais um
desserviço prestado à Nação brasileira num momento de tanta preocupação e de tanta
vergonha.
(Não revisado pelo orador.)
(A Verª Maristela Meneghetti assume a presidência
dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra em Comunicações.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, uso o tempo de Comunicações, tempo que
permite a discussão de temas os mais variados, e quero falar, então, de algumas
questões que acho significativas do ponto de vista civilizatório. Antes disso,
eu queria registrar, com muita alegria, já os primeiros frutos da visita do
Prefeito José Fogaça ao “fórum verde”, o Green Fórum; um evento organizado por
muitas entidades, dentre elas, a National Geographic - aqueles que são
ambientalistas conhecem bem o significado do trabalho dos técnicos da National
Geographic. O primeiro resultado da visita do Prefeito, que está voltando no
dia de hoje, é que Porto Alegre sediará um congresso internacional que tratará
de um dos mais importantes problemas vividos neste século, que é o aquecimento
global. As cidades têm um papel fundamental nesse debate, e toda política de
desenvolvimento das cidades, da definição do seu transporte urbano público deve
contemplar essa preocupação. Então, acho que toda a preocupação com a questão
ambiental e com uma proposta de desenvolvimento sustentável, hoje construída
pela política de governança, de parceria entre as comunidades, o Governo e as
entidades civis e empresariais, faz com que Porto Alegre também se coloque
nessa área - mais uma área - como uma referência internacional na Gestão do
José Fogaça na Prefeitura de Porto Alegre.
Não é à toa que alguns adversários estão tão
nervosos na tarde de hoje, inclusive com algumas acusações desrespeitosas,
não-verdadeiras, o que é um jeito peculiar de algumas pessoas fazerem oposição,
que eu acho não seja o melhor jeito; eu acho que o melhor jeito de fazer
oposição é trabalhando seriamente
com os dados, trabalhando seriamente com a avaliação e a análise das políticas
públicas. Mas esse é o jeito de cada um, tem gente que só sabe fazer assim. Eu
espero que, um dia, eles aprendam a fazer oposição com mais qualidade, focando
exatamente no conteúdo das propostas, focando exatamente nas contradições
políticas das várias posições públicas.
Eu
queria me deter, ainda, em um processo em que vive o Brasil hoje, em que vivem
as mulheres de vários lugares do mundo. Ao final das atividades do mês de
março, neste Plenário, nós acompanhamos a Conferência Municipal de Políticas
Públicas para as Mulheres. Pela primeira vez, efetivamente, se constituiu nesta
cidade, através de uma parceria, de uma governança, entre o Conselho Municipal
dos Direitos da Mulher - o Condim - e a Prefeitura de Porto Alegre, através da
Secretaria de Governança, uma Conferência - um marco histórico neste Município
-, em que aproximadamente 600 mulheres de todas as etnias, de todos os
segmentos sociais, discutiram exatamente a sua contribuição, a sua análise, a
definição das políticas públicas do nosso Município. Essa experiência rompe com
uma tradição nas políticas dessa área, qual seja, uma política de resistência
do Movimento de Mulheres, a qual ficou, agora, no centro da preocupação da
Prefeitura de Porto Alegre.
Eu
acho que isso acontece exatamente quando as mulheres, de todos os Estados do
Brasil, se reúnem para a realização das suas conferências estaduais, que vão
desembocar na Conferência Nacional das Mulheres; e acontece num momento como o
que nós vimos, nesse final de semana, por exemplo, que é exatamente o espaço da
candidata à Presidente da França, a Ségolène Royal, que enfrenta um debate na
garantia dos direitos dos trabalhadores, dos aposentados franceses. É uma
grande oportunidade de as mulheres ocuparem um espaço público de poder muito
importante. Eu acho que, se hoje dois países do mundo são governados por
mulheres, isso é um significado de que esse conceito da pluralidade, da
diversidade, que é muito inerente à história política das mulheres, começa a se
consolidar, não apenas no Brasil, como em todo o mundo. Então, eu acho que nós
estamos, enquanto Município, em sintonia com esses conceitos, em sintonia com
as mudanças que hoje ocorrem, não apenas no Brasil, mas nos mais importantes países do
mundo.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, hoje é um motivo de alegria estar aqui, de muita alegria,
de muita satisfação, porque, realmente, nós, gremistas, somos diferentes dos
irmãos colorados. Por quê? Porque o Grêmio é o imortal tricolor; e o
Internacional, dos nossos irmãos colorados, é mortal. Esse é o Internacional,
porque, quando depende de sobreviver, ele não consegue.
E nós, com toda a força, com toda a vontade, com
toda a garra, com toda a dedicação ao Grêmio, avançamos como uma onda, fazendo
com que o Grêmio realizasse um milagre. Eu tenho certeza absoluta de que o
Grêmio é milagroso, porque isso não acontece por acaso.
O
Ver. Luiz Braz sabe bem do que eu estou falando: lá em 1983, nós conquistamos o
primeiro título da América; em 1995, depois de 12 anos, nós conquistamos o bi
da América; e, agora, em 2007, exatamente após mais 12 anos, nós vamos rumo ao
tri da Libertadores da América. Então, quer dizer que, a cada 12 anos, nós
vamos buscar uma taça da Libertadores da América, Ver. Luiz Braz.
(Aparte anti-regimental do Ver. Nilo Santos.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Não, Ver. Nilo
Santos, que também é gremista.
Eu
tenho procurado, intensamente nos jornais, saber a que horas será o jogo do
Internacional no Gauchão, assim como tenho procurado, Ver. Dib, nos jornais, na
televisão, e no rádio, o jogo do Internacional na Libertadores da América, mas
não consigo localizá-lo. Eu digo isso, porque, há poucos dias, houve uma
homenagem ao Internacional aqui, e até já estavam comemorando o bi Mundial, o
bi na Libertadores - nós temos isso gravado aqui. Houve colegas Vereadores que
até fizeram uma narração em homenagem ao Internacional, no sentido de que iria
buscar o Bi Mundial. E, agora, como fica? Onde estão eles? Onde estão os
colorados? Eu não os tenho encontrado. Eu estou acostumado a entrar aqui, e os
caras “pegarem no meu pé”, mas hoje estão todos quietos, de cabeças baixas. Por
quê? Eu acho que falta aquela garra, a diferença que a torcida do Grêmio tem,
qual seja, vontade; vontade de vencer sempre.
Eu
também gostaria de fazer a minha saudação ao Ver. Ervino, que é um colorado
fanático e que sempre está com a sua bandeirinha enrolada no pescoço. Por que
V. Exª não enrola a sua bandeira, Ver. Ervino? Eu sou um cara que gosta muito,
que adora esporte e, mesmo o Grêmio não estando numa boa fase, eu estou sempre
na rua com meu caminhão, cantando o hino do Grêmio e louvando o Grêmio, porque
eu, realmente, considero-me um torcedor gremista. Mas os irmãos colorados não
fazem isso! Com todo respeito que eu tenho à Vereadora que está exercendo o
cargo de Presidenta, neste momento, eu sei que ela é uma colorada dedicada,
mas...
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido amigo, irmão
Brasinha, eu quero dizer a V. Exª para que não se esqueça de que nós somos
campeões do mundo. Obrigado.
O
SR. ALCEU BRASINHA: É
isso aí, Ver. Ervino, o senhor é campeão do mundo, mas é um campeão “PIFA”; não
é FIFA, é “PIFA”, porque pifou! Meus amigos, ali na Zona Norte há uma rua
chamada Veranópolis, então, vamos fazer uma homenagem, presentear o
Internacional com essa rua da Zona Norte, pois o Veranópolis, aos 49 minutos do
2º tempo, deixou o Internacional sentado.
Agora, deixando de lado o
esporte, a brincadeira, eu gostaria de falar a respeito da Governadora Yeda.
São 114 dias de Governo, e até agora ela não olhou para a Av. Baltazar de
Oliveira Garcia! O que será daqui a 30, 40, 50 dias? Até agora, ela não se
mexeu, meus amigos. Cento e quatorze dias! São quase quatro meses de Governo,
e, simplesmente, a Governadora não tem olhado para os comerciantes da Av.
Baltazar de Oliveira Garcia, para as pessoas que vivem naquela região. Todas as
pessoas que necessitam da Av. Baltazar não tiveram resposta nenhuma. Estamos
aguardando, Governadora Yeda, pois eu preciso que a senhora resolva o nosso
problema. Eu votei na senhora, fiz campanha para a senhora - o Sebenelo gritava
Yeda, Yeda, Yeda -, e, agora, cadê a Yeda? Não nos recebeu. Então, esse é o meu
recado. Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O
SR. DR. RAUL: Srª Verª
Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste pela
TVCâmara, eu venho neste período para me manifestar sobre alguns assuntos, em
especial na área da Saúde. Em primeiro lugar, eu gostaria, como Presidente da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, de dizer que nós vamos procurar
fazer uma reunião, o mais breve possível, com o Hospital Moinhos de Vento, para
saber exatamente como está essa questão da filantropia, da regulamentação do
novo decreto, para que a gente possa, realmente, tirar alguma coisa de positivo
e de propositivo nessa questão, em especial em relação ao Hospital da Restinga.
Quanto à dengue, essa é uma
questão que nos preocupa sobremaneira, pois sabemos que ela está por aí, e
sabemos dos seus efeitos. Eu tive a oportunidade de participar, como Delegado
Regional de Saúde do Estado, na capacitação do Exército da nossa Capital, no
sentido de eles se transformarem, também, em agentes de saúde para proteção da
cidade contra a dengue - então, nós já temos pessoas capacitadas no Exército.
Eu estive falando, também, com a Coordenadora-Geral de Saúde do Município, e
ela me informou que o Município também pretende contratar pessoas que façam um
trabalho intensivo em Porto Alegre para evitar que a dengue realmente chegue
aqui. Nós sabemos que existem focos do mosquito na nossa Cidade, e que a
doença, realmente, está próxima.
Essa é uma doença que já está
no Brasil há vários anos, nós esperávamos que ela não chegasse até aqui, mas,
infelizmente, ela está chegando. Então, a própria comunidade tem de auxiliar
muito nisso. Sabendo que é uma doença viral, que provoca dor de cabeça, em
especial no fundo dos olhos, manchas na pele, febre, que simula uma gripe, uma
gripe forte, com dores musculares, dores nas articulações; as pessoas têm que
ficar espertas. Nós precisamos ficar espertos, tanto os profissionais da Saúde,
como a comunidade em relação aos sintomas da dengue. Precisamos ficar atentos
também às hemorragias, ou de gengivas, ou nasais, enfim, porque temos dengue
hemorrágica, que pode levar ao óbito.
É
uma situação que não estamos acostumados a enfrentar no nosso Estado, mas temos
de enfrentá-la com toda a seriedade.
Em
relação ao HPS, lá estive, quando da passagem dos seus 63 anos, na semana
passada, e foi solicitado o nosso auxílio, como Vereador e Presidente da
Comissão de Saúde da Câmara Municipal, em relação ao HPS, pelo seu Diretor, o
Dr. Márcio Pizzatto, que, de forma muito gentil, nos cobrou iniciativas da Casa
no sentido da verba do QualiSUS, para que haja, realmente, investimento no
hospital. Agora está programada uma reforma no andar térreo; existe uma
campanha em andamento para a ampliação da UTI dos queimados.
Trago
também o assunto sobre a minha visita, na sexta-feira, ao PACS - Pronto
Atendimento Cruzeiro do Sul - em relação à questão psiquiátrica da Cidade; mas
antes ouvirei o aparte do Ver. Oliboni.
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Agradeço pelo aparte; sei que V. Exª é o Presidente da Comissão de
Saúde e tem lutado conosco, mas gostaria de lembrar que amanhã à tarde
estaremos recebendo toda a comunidade da região do São José, em função do posto
que está com enormes problemas.
O SR. DR. RAUL: Exatamente, é uma excelente lembrança.
Já estivemos lá, e estamos procurando uma solução definitiva em relação a essa
Unidade Básica de Saúde da Vila São José, e amanhã estaremos aqui, com a
comunidade também, e com as pessoas ligadas ao Poder Público, para tentarmos
encontrar uma solução definitiva para essa questão.
Em
relação à visita que fiz ao PACS, o que, para mim, pareceu importante, é que
nós precisamos de uma outra unidade básica de atendimento psiquiátrico de
urgência em Porto Alegre, porque lá, praticamente, o atendimento feito é o
dobro da sua capacidade.
Também
é muito necessário que aquela unidade, e outras de pronto atendimento, que elas
tenham, também, um controle direto sobre a regulação dos leitos psiquiátricos
da Cidade, que são muito poucos.
E
as pessoas que lá devem permanecer - por ser uma urgência - no máximo por 48
horas, chegam a permanecer por 15 dias, o que, na realidade, não é uma coisa
tão ruim, porque, uma vez que consigam sair de lá medicadas, para as suas
casas, elas conseguem não ter aquele estigma que persegue aquela pessoa que já
esteve internada em um hospital psiquiátrico, pois a gente sabe que parece que
a pessoa sai de lá com um carimbo. Apesar de que isso não é uma coisa que
deveria ser feita, mas uma coisa é um atendimento psiquiátrico de urgência, e a
outra é a questão da internação psiquiátrica, que também deve ser desenvolvida
na Cidade. Então, lá deveriam ser atendidas em torno de 14 a 15 pacientes, e há
uma média de 30 pacientes; muitos ficam no chão, porque o local não comporta um
número muito grande de camas.
Para
concluir: saúde para todos!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Encerrado o
período de Comunicações.
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 5924/06 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 034/06, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que
acrescenta § 5º ao art. 98 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de
1985, e alterações posteriores, que estabelece o Estatuto dos Funcionários
Públicos do Município de Porto Alegre, concedendo o pagamento da gratificação
natalina até o terceiro dia anterior à data de aniversário natalício do funcionário
que a requeira com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias.
PROC. Nº 1084/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/07, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que cria Programa
Municipal de Prevenção, Redução e Compensação de Emissões de Dióxido de Carbono
(CO2) e demais Gases Veiculares de Efeito Estufa, determina a
criação de fundo municipal para a redução de CO2 e demais gases veiculares de efeito estufa e
dá outras providências.
PROC. Nº 1335/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/07,
de autoria do Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Líder
Esportivo ao Senhor Luciano da Costa Mathias.
PROC. Nº 1369/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
035/07, de autoria do
Ver. Alceu Brasinha, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre
ao Empresário Claudio Oderich.
PROC. Nº 1851/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/07, que altera a redação da ementa, do
artigo 1º e seu parágrafo único da Lei nº 9.952, de 04 de abril de 2006, que
autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito com a Caixa
Econômica Federal e dá outras providências.
PROC. Nº 1852/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/07,
que autoriza o Município de Porto Alegre a desafetar da destinação de uso comum
do povo próprio municipal para fins de regularização fundiária, através de
concessão de Direito Real de Uso.
PROC. Nº 1877/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/07,
de autoria da Mesa Diretora, que inclui art. 63-A na Resolução nº 1.178, de 16
de julho de 1992 (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), e alterações
posteriores, possibilitando, por deliberação da Mesa e das Lideranças, mediante
Resolução de Mesa, a constituição de Comissão Especial para avaliar e discutir
a implementação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA), bem
como para propor-lhe correções e complementações e relatar projetos que
disponham sobre sua alteração.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 1067/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que obriga as empresas
recicladoras do Município de Porto Alegre a exigir a comprovação da origem dos
fios de cobre que adquirirem e dá outras providências.
PROC. Nº 1139/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/07, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa,
que altera os limites da Subunidade 01 da UEU (Unidade de Estruturação Urbana)
022 da MZ (Macrozona) 02, institui a Subunidade 03 na UEU 022 da MZ 02, com
base no inc. III do art. 162 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de
1999 (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental – PDDUA), e alterações
posteriores, identifica a Subunidade criada como Área Urbana de Ocupação
Prioritária – AUOP - , objetivando incentivar a implantação de parque
empresarial tecnológico, e dá outras providências.
PROC. Nº 1779/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/07,
que autoriza a abertura de créditos especiais nos Poderes Legislativo e
Executivo Municipais, no valor de R$5.588.834,00 (cinco milhões, quinhentos e
oitenta e oito mil, oitocentos e trinta e quatro reais), e dá outras
providências.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidente, Verª Maristela Meneghetti; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, na
Pauta do dia de hoje temos sete novos Projetos, claro que eu não vou analisar
todos, mas o primeiro, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo, de autoria
da nobre Verª Neuza Canabarro, acrescenta o § 5º ao art. 98 da Lei Complementar
nº 133, que é o Estatuto dos Servidores Municipais, e que, na Administração em
que eu fui Prefeito, eles passaram a receber o 13º salário. O que a Vereadora
pretende é que haja o pagamento da gratificação natalina até o terceiro dia
anterior à data de aniversário natalício do funcionário. Eu quero dizer que
pode ter algum interesse, sim, essa matéria, mas eu penso que para a Prefeitura
será um sério problema, pois cerca de dois mil ou mais servidores vão se
enquadrar no ora aqui solicitado, e folhas de pagamento terão que ser feitas
quase que diariamente, e, na verdade, a gratificação natalina - o seu nome está
dizendo - é para no fim do ano ser recebida e poder-se fazer as programações de
um ano todo. Eu acho que, já que o DMAE faz assim, paga uma parcela em julho e
a segunda parcela em dezembro, talvez fosse conveniente - a Câmara também faz
assim -, talvez fosse viável propor ao Executivo, fora o problema de duodécimos
de verbas que têm que ser recolhidas para que possa se transformar em
realidade.
O
Ver. Carlos Todeschini apresenta um Projeto de Lei, que eu não vou analisar,
mas eu quero chamar a atenção a ele. O Programa Municipal de Prevenção, Redução e Compensação
de emissões de dióxido de carbono e demais gases veiculares que causam efeito
estufa é o assunto do momento; não tenho dúvida nenhuma. Por que eu não vou
analisar? É porque acho que ele foi muito bem apresentado. A Exposição de
Motivos muito bem feita; ele tem um anexo em que define todos os termos que se
utiliza no meio ambiente e, portanto, acho que esta Câmara tem o dever de
analisar com profundidade e aprimorar ou aprovar na integralidade, se entender
que assim é correto. Mas eu acho que ele faz um bom serviço, o Ver. Todeschini,
quando apresenta o Projeto, e nós temos o dever, portanto, de procurar buscar
ajuda para que o mesmo se torne realidade.
O
Executivo apresenta dois Projetos: um que altera a redação e ementa do art. 1º
e seu parágrafo único da Lei nº 9.952, de 2006, que autoriza o Poder Executivo
a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal e dá outras
providências. O Executivo deseja ser autorizado para fazer um empréstimo de 133
milhões e 205 mil reais. Antes ele estava autorizado a fazer um de 30 milhões
e, como contrapartida, neste caso, aplica 54 milhões e 122 mil reais. Por uma
questão de coerência, e eu não consigo mudar, para mim sempre tem o certo e o
errado.
O
Executivo também pretende desafetar da destinação de uso comum do povo próprio
Municipal para fins de regularização fundiária, através da concessão de Direito
Real de Uso. Ora, já no passado, briguei muito porque a Prefeitura fez na Praça
Cosme Galvão o Direito Real de Uso. Acho que foi um abuso, contrariando a Lei
Orgânica que é clara, precisa e concisa. Não pode ser utilizada a praça para
que se faça Regularização Fundiária e, por outro lado, esta praça tem nome de
pessoa ilustre e, de repente, nós tiramos do mapa da Cidade o nome dessa
pessoa. Eu acho isso absolutamente equivocado; essa praça, hoje, no Jardim
Nossa Senhora das Graças, chama-se Praça Conjunto Residencial Egydio Ervê. Eu
acho que o Professor Egydio Ervê foi meu professor; é um homem que precisa
continuar na história da Cidade de Porto Alegre. Portanto, eu já me coloco
contrariamente à posição do Executivo, ainda que entenda o seu interesse em
resolver o problema de regularização fundiária. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Prezada Verª Meneghetti, na presidência dos trabalhados; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que
nos assiste, dentro dos diversos projetos em Pauta, o primeiro que eu vou
abordar é o Projeto da Verª Neuza Canabarro, no qual o Ver. Dib já falou, em
que está sendo proposta a concessão do pagamento da gratificação natalina até o
terceiro dia anterior à data do aniversário. Quando a Vereadora coloca na
lei... Olha, o 13°, na realidade, o que ele é? É gratificação natalina. E esse
foi o espírito da lei que concedeu 13° salário aos diversos trabalhadores do
nosso País. Fico preocupado, embora tenha a justificativa de tentar conceder
esse salário por ocasião do aniversário daquela pessoa. Só que quando se começa
a individualizar as ações em prol do coletivo, nós temos, talvez, o perigo de
perder a essência, que é fazer o quê? Que na época de Natal, quando as pessoas
são mais solidárias, não só na questão individual, mas também no coletivo,
talvez nós perderíamos se as famílias, com o tempo, deixassem de ganhar a
gratificação de natal. Eu fico muito preocupado...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA: É,
mas é uma visão individual, Vereador, que eu respeito, mas eu acho que nós
temos que pensar no coletivo, porque o espírito de Natal é um espírito
coletivo, não só de Porto Alegre, do Estado, mas é um sentido coletivo mundial,
em uma determinada época. O ano gregoriano de 365 dias tem toda uma simbologia,
e no final de cada ano há um renovar de esperanças, e as pessoas dizem: eu
quero que o ano que vem seja um ano melhor. O espírito de Natal tem o espírito
da fraternidade.
O
outro Projeto sobre o qual eu quero fazer uma abordagem é a respeito do Projeto
de Lei do Executivo que autoriza o Município a desafetar da destinação de uso
comum do povo, o próprio municipal para fins de regularização fundiária,
através da concessão do Direito Real de Uso. O Ver. João Antonio Dib falou
agora, e eu vou frontalmente contrário à posição dele, porque, na realidade,
Porto Alegre tem mais de 400 vilas, com vilas de mais de 50, 60 anos. As
pessoas moram lá, o Poder Público não vai ter mais como recuperar essas áreas,
e, na realidade, o que tem que se fazer? É a vontade política de regularizar.
Senhores,
o que é o Direito Real de Uso? Para as últimas habitações populares em Porto
Alegre, o que prevê o Direito Real de Uso? As pessoas têm a posse, mas não tem
a propriedade. Hoje, para informação, essas famílias pagam, em média, 12 a 13
reais. E eu quero trazer um dado: mais de 80% dessas famílias, hoje, estão
inadimplentes. Agora, nós temos, sim, que criar políticas públicas para
regularizar essas ações, essas diversas áreas, porque, à medida que isso começa
a ter sentido próprio, vida própria, vai facilitar muito. Na realidade, os
Poderes Executivos, de uma maneira geral, são muito lerdos; eles deixam o
problema de uma gestão para outra, e não querem ser agudos, ou seja, deixam de
resolver algumas coisas, e isso se chama, essencialmente, vontade política.
Eu
acho que, neste momento, o Executivo, aqui, está mostrando uma vontade política
de tentar regularizar algumas áreas em Porto Alegre onde moram centenas e
centenas, talvez até milhares, de famílias. Eles só precisam da vontade
política para a regularização, e, a partir daí, ter a sua residência, com o
Direito Real de Uso, ou seja, eles não terão a propriedade das residências,
terão a posse por 30 anos, prorrogáveis por mais 30, ou seja, até
60 anos; na realidade, é algo por toda vida. Obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Vereadoras e Vereadores,
público presente, venho aqui para discutir o Projeto de nossa autoria que cria
o Programa Municipal de Prevenção, Redução e Compensação de Emissões de Dióxido
de Carbono, também conhecido popularmente como CO2, e também os
demais gases veiculares de efeito estufa, e determina a criação de Fundo
Municipal para a redução de CO2 e demais gases veiculares e dá
outras providências.
O programa objetiva o
incentivo da melhor utilização de combustíveis fósseis e o aumento do consumo
de biocombustíveis mediante execução das seguintes ações: 1 - estimular o uso
de biocombustíveis por meio da concessão de incentivos e prêmios; 2 - coibir
ações danosas ao meio ambiente, multando os maiores poluidores; 3 - promover a
melhoria do transporte público e incentivar a sua melhor e maior utilização; 4
- criar e manter novos sumidouros de dióxido de carbono e demais gases
veiculares de efeito estufa; 5 - promover campanhas de divulgação do programa;
6 - integrar o meio acadêmico, os setores público e privado e o terceiro setor
em debates, estudos, projetos e ações sobre o tema. Basicamente, esse é o corpo
do art. 1º e do art. 2º desse Projeto que tem a intenção de trazer, de
provocar, de levantar aqui o debate sobre essa importante, fundamental e
decisiva questão climática a que somos pautados nos dias de hoje. Talvez, um
terço dos noticiários se ocupem disso, porque, realmente, é uma preocupação
principal, quer seja no meio acadêmico, quer seja no meio científico, quer seja
na discussão das questões ambientais e da militância ambientalista, quer seja
em todos os setores da sociedade
que têm preocupação com o meio ambiente e preocupação com a preservação do
planeta e com as condições e qualidade de vida desta e das futuras gerações.
Há
exatamente 11 anos, Porto Alegre realizava a 1ª Conferência Municipal de Meio
Ambiente. À época, eu era assessor-engenheiro do Prefeito Tarso Genro, e a
SMAM, já preocupada com isso, levantava essa questão e trouxe a Porto Alegre o
Dr. Vitorio Canuto, um cientista da Nasa e principal pesquisador das questões
do clima e do meio ambiente. Ele dizia: “Eu não tenho certeza de tudo, mas sei
que nós estamos enfrentando uma situação de risco futuro e que expõe o planeta
a questões muito delicadas, muito complicadas”. Aí, alguém da platéia
perguntou: “Professor, o que é que o senhor está fazendo para eliminar esse
problema?” Ele disse: “Em casa, eu desligo a lâmpada que estiver acesa sem
necessidade”. Ele quis dizer que as questões do meio ambiente, do controle do
efeito estufa, do controle das emissões, das atitudes para reduzir as
quantidades e os volumes desses gases, que são profundamente poluidores e
desequilibradores do nosso meio e da nossa era, dependem das atitudes de cada
um, sim. Depende da atitude de usar, talvez, menos o automóvel e mais o
transporte coletivo; de usar menos combustível fóssil e mais biocombustível; de
plantar mais árvores; de preservar mais os parques; de diminuir o uso de
plástico, principalmente, como principal componente do lixo, que gera poluição
e que demanda muito gasto energético, principalmente de combustíveis fósseis. É
um conjunto de medidas que requer de todos - autoridades, lideranças,
políticos, cidadãos, crianças - atitudes na direção da preservação do planeta.
Nesse
sentido, quero agradecer as palavras do Ver. João Antonio Dib, nosso experiente
Vereador, porque ele levanta elementos fundamentais. Ele disse: “Eu não sei se
é exatamente isso que V. Exª propõe, mas eu sei que isso levanta o debate”. E
nós estamos justamente discutindo, em Pauta, para que o Projeto possa receber
as críticas, possa receber as sugestões e possa receber incorporações que
aperfeiçoem, pelo menos para que nós possamos fazer aquilo que está ao nosso
alcance como cidade de Porto Alegre, como legisladores e como delegados, para
pensar e ter responsabilidade para com as questões da Cidade e, sobretudo, para
com as questões ambientais de preservação e sustentabilidade para as futuras
gerações, do ambiente sustentável, do ambiente de qualidade onde se possa viver
melhor.
Então, peço aqui a análise, a crítica e as
sugestões. A Líder do Governo anunciou que o Governo fará uma
conferência exatamente sobre o tema proposto nesse Projeto de Lei. Com certeza,
é uma outra iniciativa que também vem ao encontro de uma necessidade que é
mundial e é de preservação da vida sobre a Terra. Muito obrigado e um abraço a
todos pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; nobres Vereadores e nobres Vereadoras;
público que nos assiste pela TVCâmara, realmente, a Pauta de hoje está bastante
interessante sobre assuntos já tratados pelos que me antecederam: o Projeto de
Lei, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, a respeito do CO2; o Projeto de Lei do Executivo sobre o Direito
Real de Uso, e, nesse sentido, eu quero dizer que isso deve estar chegando à
área da Morada da Colina, onde 800 moradores já estão com o EVU (Estudo de
Viabilidade Urbanística) aprovado, faltando agora o projeto urbanístico para
resolvermos a moradia da Morada da Colina; são 800 moradores.
A
respeito do Projeto do Ver. Todeschini - quero dar-lhe os meus parabéns - sobre
o CO2,
era um assunto que me incomodava; eu queria chegar a esse assunto, chegastes à
frente, Vereador. Quero dar-lhe os parabéns; é meritório, é o assunto da vez, e
não podemos deixar isso passar, como deixaram o efeito estufa passar, por isso
hoje estamos aqui, talvez pagando por não termos atacado o efeito estufa; por
aqueles produtos que eram maléficos, e continuam hoje em uso no mundo. Eu acho
que é um Projeto que merece o debate de todos nós, Vereadores, da comunidade
toda, para termos aparelhos que realmente sejam os parâmetros para que possamos
contribuir, eu já digo assim, para que o nosso globo terrestre tenha mais tempo
de vida. Da maneira que vai, as perspectivas que nós temos são tristes, são
desanimadoras, e tudo aquilo que pudermos fazer... Talvez já nem mais o alcance
cultural resolva o que está por vir. Talvez tenhamos que ter um Conselho
Municipal atento, atuante. Agora, também não nos adianta termos as leis, se nós
não passarmos a cumprir as leis que nós temos.
É
inadmissível ver o mundo todo preocupado, e nós, lá na Amazônia, em quatro
anos, termos derrubado quatro bilhões e 200 milhões de árvores maduras, de lei;
quer dizer, uma fogueira permanente na queima dessas toras. E, hoje, por
incrível que pareça, não é mais somente a queima da árvore; a simples queda da
árvore já faz a liberação do CO2. O que uma árvore produz de CO2,
quando ela vai para o seu consumo final, ela empata zero a zero, Ver. Ervino
Besson.
Então,
há estudos e, de repente, nós não sabemos se só plantar árvore vai resolver o
problema... Hoje, culturalmente, nós achamos que sim. Só pela maneira de nós
acharmos que isso pode nos ajudar, vamos plantar árvores, sim. Mas do que nós
precisamos, definitivamente? É proibir a devastação da Amazônia, das nossas
matas, das nossas árvores. Quanta custa interromper o desenvolvimento dessa
árvore na metade da sua vida? É dobrarmos os malefícios no desprendimento do CO2.
Nós,
que já estamos cinqüentenários, temos que fazer da nossa vida uma responsabilidade
para as gerações futuras. Isso também fica incorporado junto com as
preocupações das energias atômicas, junto das preocupações de tsunami
que estão chegando, do desprendimento do CO2, do efeito estufa, também.
Então,
novamente, aqui, eu parabenizo o Ver. Todeschini, porque é uma maneira minha de
ser: seja o Projeto de quem for, que eu ache que seja justo, vai ter sempre a
minha aprovação, vai ter sempre a minha colaboração, se necessário for. Eu acho
que é assim que deve ser feito. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Apregoamos a Emenda nº 02 ao PLL nº 090/05 (Lê.): “Autoriza
a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre (CIPF),
com o objetivo de orientar e informar o cidadão no que se refere ao
Planejamento Familiar. Acrescenta o art. 3º ao Projeto como segue,
renumerando-se os demais. Art. 3º - O Poder Executivo Municipal poderá efetivar
parcerias com o setor público ou privado para implementar os investimentos
definidos como fundamentais para o bom desenvolvimento desse Projeto. Ver.
Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB”.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Verª
Maristela Meneghetti, Presidenta; colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e
senhores, quero tratar aqui, hoje, essencialmente de dois Projetos que estão
diretamente relacionados ao propósito da qualificação ambiental. O primeiro
deles é o Projeto do Executivo Municipal, Ver. Carlos Todeschini, e o segundo,
é o de sua autoria.
Está sendo reapresentado a esta Casa, senhoras e
senhores, Projeto do Executivo com a finalidade de obter autorização da Câmara
Municipal para que a Prefeitura contrate operação de crédito junto à Caixa
Econômica Federal, Ministério das Cidades e Estrutura de Saneamento Básico da
Presidência da República, no valor de R$ 133.250.658,57. Mas o curioso dessa
lei que está sendo enviada a nós é para que nós possamos fazer uma correção na
Lei que nós aprovamos em 04 de abril de 2006, para fazer o mesmo financiamento.
Para surpresa minha, Ver. João Antonio Dib, eu achei que esse dinheiro já
estivesse em caixa, pronto para ser aplicado nos Projetos. E o Executivo, um
ano depois, retorna a esta Casa com o mesmo objeto do dinheiro da política
federal para o saneamento, que está à disposição, fazendo uma outra
concertação, mesmo buscando a ampliação dos recursos. Portanto, eu acho que tem
um problema de gestão aí, porque há um ano nós aprovamos essa autorização para
que o Executivo captasse esse recurso do Governo Federal.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Comassetto, V. Exª sabe
que eu admiro a sua inteligência e a sua perspicácia. No caso, a Prefeitura
continua desenvolvendo o Pisa - Plano Integrado Sócio-Ambiental. Quanto àquele
recurso de 30 milhões, que estava autorizado, chega-se à conclusão, agora, de
que em razão da desvalorização do dólar em relação ao real, inclusive precisa
de mais dinheiro, e a Caixa Econômica Federal vai emprestar, porque a
Prefeitura está bem, agora.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Ver. João
Antonio Dib, eu aceito seus cálculos matemáticos; agora, não aceito a sua
justificativa política, porque, cá para nós, se há um ano nós aprovamos e
autorizamos que o Município já captasse um recurso público federal para ser
investido na cidade de Porto Alegre, Ver. Marcelo Danéris, um ano depois, o
Executivo manda um Projeto com o mesmo objeto para fazermos uma reforma em
função dos seus ajustes financeiros. De duas uma: ou o Executivo não sabe o que
está fazendo ou errou completamente, e teria que vir aqui na Justificativa,
dizendo: Srs. Vereadores, nós erramos naquele momento, pedimos a reconsideração
da Câmara Municipal para buscar novamente o recurso do Governo Federal, que
está disponível há um ano e que nós encaminhamos novamente à Câmara de
Vereadores.
Portanto, senhoras e senhores, não tem problema. A
nossa Bancada de oposição, como é dito por alguns aqui que não conseguem
dialogar conosco sob o ponto de vista da construção da Cidade, é óbvio que nós
iremos permitir, autorizar que o Executivo capte esse dinheiro, até porque é um
dinheiro do Governo Federal, da Administração Pública Federal, coordenada pelo
Presidente da República, o Presidente Lula, que está investindo largamente no
saneamento. Agora, convenhamos, das duas uma, Ver. João Dib; V. Exª tem que
justificar por que nos fizeram de bobos no ano passado, aprovando um Projeto,
e, um ano depois, mandam para Câmara Municipal para corrigir esse Projeto.
Diante disso, Ver. Carlos Todeschini, meu
companheiro, aqui, e ambientalista, autor da proposição de criar o Código para
enfrentarmos o efeito estufa em Porto Alegre, o seu Projeto é meritório,
importantíssimo. Agora, da mesma forma que faço a crítica a esse Projeto anterior, Ver. Adeli Sell, nosso
Líder, gostaria de dizer que, na discussão que nós temos do Plano Diretor, não
veio uma vírgula da qualificação ambiental para nós combatermos a emissão e a
poluição de CO2,
bem como para qualificarmos as Áreas de Interesse Ambiental de Porto Alegre.
Portanto,
Ver. Carlos Todeschini, o seu Projeto é afirmativo, inclusive para contrapor
aquilo que a sociedade esperava do colega, então Ver. Beto Moesch, que foi para
a Secretaria do Meio Ambiente. Ele fazia críticas enormes, aqui, à política
ambiental; agora, foi para lá e sucumbiu, está sendo o ambientalista do Parcão,
porque não apresenta nenhuma proposta de qualificação ambiental da cidade de
Porto Alegre para que nós possamos discutir e acrescentar - a título do que V.
Exª faz, Ver. Carlos Todeschini - a uma proposta objetiva, concreta. Como é que
nós vamos adequar Porto Alegre ao Protocolo de Kyoto, renovando as questões da
tecnologia, mudando a matriz energética da cidade de Porto Alegre, no que diz
respeito à questão do transporte coletivo, analisando as fontes de energias, e
assim por diante?
Então,
V. Exª tem aqui os meus cumprimentos pela sua proposta, e nos colocamos à
disposição para contribuir, inclusive no debate e na busca afirmativa de
aprovarmos este Projeto. Obrigado, Srª Presidenta, Verª Maria Celeste.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
(Lê.): “A Mesa da Câmara Municipal de Porto Alegre, considerando o disposto no
art. 228, § 1º, do Regimento desta Casa, segundo o qual as bancadas partidárias
indicarão seus líderes; considerando a aprovação, pelo TSE, através da
Resolução nº 22.504, de 19.12.06, da fusão entre o Partido Liberal (PL e o
Partido da Reedificação da Ordem Nacional (PRONA), da qual resultou o Partido
da República (PR); considerando que, nos termos da Resolução nº 21.377, de
08.04.03, do TSE, em caso de fusão partidária, os filiados dos partidos
originários passam, automaticamente, à condição de filiados ao partido
resultante do processo de fusão; considerando que, nos termos de Certidão
exarada pelo TRE-RS em 27.03.07, a partir de consulta formulada por esta Casa,
o Vereador Valdir Caetano encontra-se registrado no Cadastro Nacional de
Eleitores como filiado ao Partido Liberal desde 04.04.01; considerando que,
conforme a instrução do presente processo, o Vereador Elias Vidal encontra-se
filiado ao Partido da República; considerando que, dada a situação de igualdade
na disputa pela Liderança, não havendo como tal impasse ser solvido no âmbito
exclusivo da Bancada do PR neste Legislativo, demandando a intervenção dos
órgãos partidários respectivos para o deslinde da questão; considerando que o
Presidente da Comissão Diretora Regional Provisória do Partido da República,
consoante a documentação encaminhada a esta Casa através do Ofício PR nº
02/007, ratifica a instrução do presente processo, notadamente a manifestação
preliminar desta Mesa datada de 11.04.07; reconhece o Vereador Valdir Caetano
como Líder da Bancada do Partido da República neste Legislativo e, tendo em vista
o disposto no art. 228, § 2º, do Regimento desta Câmara, determina o
encaminhamento do presente expediente aos órgãos desta Casa, para as
providências cabíveis. Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Porto
Alegre, 19 de abril de 2007”. Assinam o documento a Presidenta Maria Celeste e
demais membros integrantes da Mesa Diretora.
O
SR. ELIAS VIDAL (Requerimento): Srª
Presidenta, eu faço um Requerimento para que seja dado um efeito suspensivo a
essa decisão, com base no art. 99 e seus parágrafos do Regimento, que diz:
“Recurso é o meio de provocar no Plenário a modificação de decisão tida como
desconfortável, desfavorável, por ato da Mesa, da Presidência ou das outras
Comissões. Ao recurso aplicam-se as disposições seguintes: será interposto, por
escrito, perante a Mesa Diretora; conterá os fundamentos de fato e de direito
em que se baseia o pedido de nova decisão;...” Com base nos dois Pareceres da
Procuradoria da Casa, que foi favorável a este Vereador, eu entro com este
pedido suspensivo para que seja analisado e que seja, inclusive, julgado pelo
Plenário, haja vista que o pedido que fizemos, e já foi feito contato com esta
Casa, da Presidência do Partido, que, nos próximos dias, o PR vai designar a
Executiva Municipal, a qual vai apontar o Líder da Bancada. Eu acredito que, de
uma forma democrática, de uma forma coerente, em que a Casa não se expõe...
Porque acreditamos que isso é uma questão do Partido e não da Casa. Então, eu
entro com este Requerimento, para que seja dado o efeito suspensivo.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Acolho o seu Requerimento, não acatando o efeito suspensivo. Sugiro que a CCJ -
Comissão de Constituição e Justiça - consiga ser célere no processo, para que
até o final desta semana tenhamos uma posição sobre o assunto. Não há efeito
suspensivo sobre a decisão da Mesa.
O
SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Eu
só queria uma cópia da decisão da Mesa para mim e para todos os Vereadores.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Com certeza, todos os Vereadores desta Casa têm acesso a todo o processo, que
está com a nossa Diretora Legislativa.
O
SR. VALDIR CAETANO: Srª
Presidenta, só gostaria de saber se a decisão que foi tomada está mantida,
porque eu acabo de falar com o Presidente do Partido, o Balbo, e ele quer uma
resposta desta Casa.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Também, Ver. Valdir Caetano, está à sua disposição a decisão da Mesa Diretora
que foi lida neste Plenário.
O
SR. VALDIR CAETANO: Obrigado,
Srª Presidenta.
O
SR. ERVINO BESSON: Presidenta,
como talvez outros Vereadores tenham a mesma dúvida, eu consulto mais uma vez
V. Exª: um assunto de tamanha relevância não é um assunto que estaria
totalmente ligado à sigla partidária e não a uma decisão da Mesa Diretora?
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Sr. Ver. Ervino Besson, respondo a V. Exª e aos demais que ainda possam ter
alguma dúvida: o processo está totalmente à disposição; solicitem cópia do
processo desse litígio, que já dura bastante tempo nesta Casa, e que, de fato,
remeteu para a Mesa Diretora tomar uma posição frente a um assunto que deveria
ser do Partido. Portanto, a decisão tomada pela Mesa foi de muita cautela,
preservando todos os encaminhamentos dados, as consultas feitas, inclusive ao
TRE, e o processo está à disposição de todos os Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras para cópia e análise,
inclusive, da decisão da Mesa Diretora. Muito obrigada, encerramos este
assunto.
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidente, Maria Celeste; na pessoa
de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa,
público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores,
venho a esta tribuna, hoje, em período de Liderança, falar em nome do meu
Partido, o PDT, composto nesta Casa pelos Vereadores Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Mario Fraga, Ervino Besson e por mim. Inicialmente, quero dizer que,
por determinação partidária, passei a integrar, neste ano, a Comissão de Saúde
e Meio Ambiente, COSMAM, e pontualmente gostaria de me utilizar desta Liderança
para fazer considerações a respeito dos temas fundamentais que aborda essa
Comissão, nesta Casa Legislativa. Primeiramente, gostaria de fazer menção à
capa do jornal Zero Hora, a respeito da represa de lixo no rio Gravataí. (Mostra
jornal.) Nós temos visto, e têm sido cotidianas as notícias a respeito dos
desastres ecológicos e dos ataques que vem sofrendo o nosso meio ambiente, não
só na nossa Cidade, mas em termos gerais, no nosso Estado, no nosso País e na
Terra praticamente toda, que vem convalescendo com os desmatamentos, com as
queimadas, com a poluição, com as chuvas ácidas, enfim.
Nós
percebemos algumas movimentações aqui do Legislativo, do próprio Prefeito
Fogaça - que esteve em Miami debatendo a questão do meio ambiente -, do Ver.
Todeschini - que também encaminha um Projeto no sentido de combater a emissão
de gases tóxicos na nossa Cidade - e é justamente nesse sentido, no trabalho
que vem desenvolvendo a COSMAM, que nós gostaríamos de convocar todos para
participarem, neste final de semestre e todo o semestre que vem, desse grande
debate que será a constituição e o aprimoramento desse que será o Código
Municipal do Meio Ambiente. A nossa Comissão, presidida pelo Ver. Dr. Raul, vai
estar também coordenando e participando dessa agenda para debater esses temas;
tenho certeza que será muito importante e trará alguns nortes para as políticas
públicas a serem implementadas no que diz respeito a meio ambiente em nossa
Cidade, porque essa tem que ser uma preocupação nossa também. Nós temos que nos
desenvolver, crescer, gerar emprego, mas com responsabilidade, sem atingir as
futuras gerações. A qualidade de vida deve ser mantida e nós não podemos
comprometer o futuro das próximas gerações a partir de ações que estão sendo
desenvolvidas hoje, seja por quais argumentos forem.
Nesse
sentido, então, fica a nossa contribuição para que participem desse debate,
dessa agenda que inicia agora, no final do mês, e, provavelmente até o final do
ano, pois nós estamos com um Projeto formatado para ser aprovado, que será o
Código Municipal do Meio Ambiente.
Além
disso, também com respeito à Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que integro por
designação partidária, gostaria de fazer algumas considerações a respeito de um
projeto que entendo importante e fundamental, que é o projeto dos implantes
contraceptivos, coordenado pela Secretaria da Saúde na nossa Capital.
Felizmente, os obstáculos que haviam sido apontados no início do debate, a
respeito desse importante Projeto, estão praticamente superados, e a Prefeitura
passa, então, a utilizar essa importante ferramenta, essa iniciativa, essa
política pública de prevenção fundamentalmente focada nas jovens, naquelas
jovens mães adolescentes na faixa dos 13 aos 18 anos que têm engravidado,
inclusive constituindo família com número expressivo de filhos. Tenho certeza
de que esse é um importante Projeto da nossa Cidade, que visa a frear um pouco
essa situação que, nós sabemos, atinge não só as classes mais desprovidas, mas
também é uma questão de saúde pública. Essa é uma importante iniciativa, Ver.
Mario Fraga, e quero cumprimentar o Governo, o Secretário Pedro Gus, o Governo
Fogaça, porque tenho certeza de que esses contraceptivos que serão implantados,
proporcionando três anos de prevenção à gravidez, terão um reflexo importante,
a médio e longo prazo na nossa Capital.
Então
essas são as minhas considerações no período de Liderança, em que falo em nome
do meu Partido, o PDT, a respeito do nosso trabalho e do debate das políticas
públicas implementadas pela Prefeitura em nossa Capital, no que se refere ao
meio ambiente e à Saúde.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Informamos
que o Ver. João Carlos Nedel está representando esta Câmara Municipal no ato de
descerramento das fotografias dos Excelentíssimos Ministros Athos Gusmão
Carneiro e Ruy Rosado de Aguiar Júnior, a realizar-se nesta data, às 14 horas,
na Galeria dos Ministros do Tribunal de Justiça.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Verª Maria Celeste, Presidenta da Casa, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós queremos registrar para
os Anais da Casa a posse havida hoje pela manhã, no Palácio Piratini, do
Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. José
Francisco Mallmann, e também cumprimentar a Governadora por ter convidado o
ex-Diretor da Polícia Federal do Rio Grande do Sul para assumir essa missão de
conduzir a segurança em nosso Estado.
O
que se pode dizer do futuro Secretário, o Delegado José Francisco Mallmann, já
conhecido aqui da nossa Cidade, do nosso Estado, ele que percorreu o País na
Polícia Federal, tendo ocupado três Superintendências - do Mato Grosso, de
Roraima, de Brasília -, e, agora, do Rio Grande do Sul. Também é um dos nomes
que estava cotado, o Delegado Mallmann, para assumir uma alta função da Polícia
Federal.
Quando
se trata dessa matéria, de grande complexidade, posto que vivemos
sobressaltados com o crescimento vertiginoso da violência, o Delegado Mallmann
trará, por certo, à nossa segurança pública, com os seus propósitos hoje
expostos em longa manifestação, estabelecendo rumos para a segurança em nosso
Estado, e em especial a aproximação que se faz imprescindível, necessária, da
Polícia Civil com a Brigada Militar - o entrosamento todo faz bem ao
desenvolvimento de políticas de segurança em nosso Estado.
Não
temos dúvidas, Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, de que o Estado terá, na
figura do Secretário Mallmann, um atuante profissional, buscando resolver os
problemas que martirizam a população gaúcha. Queremos, por isso, saudar a
Governadora pela escolha, por ter entregue às mãos do Delegado e
ex-Superintendente da Polícia Federal essa missão extremamente importante e
também saudar o Subsecretário de Segurança, Ademar Stocker, também outro
policial de carreira da Polícia Federal que, juntamente, com um conjunto de
homens da Segurança Pública, tanto da Brigada Militar quanto da Policia Civil,
vão empreender no Estado um trabalho técnico, um trabalho científico no sentido
de tentar fazer com que a sociedade gaúcha tenha, na figura da Segurança de
nosso Estado, os necessários meios para combater exatamente a violência que
ocorre, não só em nosso em nosso Estado, em nossa Cidade, mas de resto em nosso
País.
Presidenta,
nós tivemos a oportunidade de participar, hoje pela manhã, da posse do Delegado
Mallmann, como Secretário de Segurança, e queremos, portanto, fazer este
registro, desejando a S. Exª bem como a todo o seu Gabinete de trabalho, ao
Subsecretário Stocker, que enfrentem essa problemática tão séria e tão grave
que é a questão da Segurança em nosso Estado. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. MARIO FRAGA (Requerimento):
Srª Presidenta, é um momento triste para nós do PDT, e eu gostaria de solicitar
um minuto de silêncio em homenagem à figura do José Fidélis, que é ex-Deputado
Estadual, foi assessor do Brizola, era nosso Vice-Presidente e faleceu
repentinamente na última semana.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta
desta Casa, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que, com muita honra,
represento neste período de Liderança, quero aqui fazer o registro dos
elementos que apareceram na grande assembléia que o Sindicato dos Municipários
realizou na quinta-feira passada. Elementos que cada um dos nossos Vereadores
já trouxe a esta tribuna e que são o retrato do programa do Governo, da
política deste Governo na cidade de Porto Alegre. Quando os municipários
levantam temas como o fim das privatizações na Cidade, eles não estão tratando
do interesse corporativo exclusivamente; apareceu muito fortemente, Ver.
Todeschini, o desmonte do DMLU. Todos nós, que andamos na comunidade,
percebemos esse desmonte: não só os funcionários sentiram uma redução dramática
do seu salário no final do mês, redução de horas extras, desrespeito,
deslocamento de local de trabalho, como também a Cidade não tem mais o serviço
prestado com qualidade, prestado com formação, com educação ambiental.
Os municipários protestaram, e vão abraçar o
Auditório Araújo Vianna. Quando a Verª Margarete traz o tema para cá, quando
nós levantamos, como Bancada, que um local público não pode ser privatizado,
que o descaso deixou fechado o “Araújo” por dois anos e meio, deteriorando-se,
os municipários gritam porque têm responsabilidade com esta Cidade, porque
trabalham lá, porque ajudaram a construí-lo, porque tem política pública lá, a
Banda Municipal funcionava lá. E vai-se perdendo toda essa qualidade que a
Cidade acumulava.
O DMAE, Ver. Todeschini, presente em massa na
assembléia do Simpa, já tinha realizado duas grandes manifestações pelas devidas horas extras realizadas,
por trabalho continuado penoso - Ver. Dib, V. Exª que já foi Diretor do DMAE.
O
DMAE está sendo desrespeitado, desmontado! Seiscentos funcionários pararam;
houve punição; houve nova paralisação, e o Governo teve que voltar atrás na sua
punição. Há uma grita geral pela revogação do Decreto nº 12.290, que vem
penalizando o funcionalismo com a redução de horas extras. A Guarda Municipal
está com adesivo onde mostra a tal da “Vizinhança Segura” rachada ao meio -
esse é o adesivo que a Guarda está usando. Quer dizer, como garantir segurança
nas escolas, nos postos de saúde, nos postos da FASC - que estão protestando -,
se a Guarda está com as suas horas reduzidas, desprestigiada, desmotivada?
E
querem fazer o debate, com deliberação votada na assembléia do Simpa, sobre o
uso da arma! Os guardas não participaram, pelo jeito, desse debate, pois uma
Moção foi votada na assembléia do Simpa: democratizar o uso da arma na Guarda
Municipal. Quer dizer, que “Governo de diálogo” é este, que proclama “Diálogos
da Cidade”, se isso é aprovado na assembléia do Simpa?
O
Simpa, numa massiva assembléia, levantou o tema das condições de trabalho, do
reajuste salarial, do vale-alimentação congelado, ao lado dos aumentos para as
elites dos municipários. Ora, no PSF, hoje de manhã, informa-me o Ver.
Todeschini, 31 funcionários paralisaram, Ver. Dib, por condições insalubres de
trabalho, e em várias frentes de trabalho há manifestações de descaso com o
funcionalismo e com a política pública desenvolvida por este Governo.
Então,
os problemas da cidade de Porto Alegre se acumulam. Estive, durante a manhã
toda, na creche Marieta Caleffi, uma creche fechada há dois anos e meio. Nós,
no ano passado, levamos lá o Governo, levamos lá a SMED, fizemos audiência na
Secretaria Municipal de Educação; tiramos um pacto para a sua reabertura, e,
até hoje, está lá fechada; atendia 43 crianças, numa comunidade carente, e não
há meio de gestão para que esses problemas sejam superados. Ou seja: a
Prefeitura não reage. Estas não são palavras minhas, o jornal Gente dizia que a
Prefeitura não reage, que a Cidade está às escuras; isso, hoje pela manhã, na
rádio.
Por isso a invisibilidade do nosso Prefeito Fogaça,
inclusive há hoje uma charge no Jornal do Comércio, que é exemplar. Não é só a
figura dele que é invisível, é o Governo que não reage, que não está presente
na Cidade, que não responde à Cidade, e que deixa acumular, cada vez mais
problemas, e com isso a Cidade tem uma mudança para pior. E a fotografia é que
30% dos porto-alegrenses não sabem quem é o seu Prefeito. Claro, uma ausência
total de Governo, uma desgovernança na Cidade! Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Maristela Meneghetti, na
presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, todas as críticas, Ver. João Dib, são bem-vindas, mas
somente quando são feitas com sinceridade e dentro de realidades. Quando elas
são feitas apenas para tentar desmoralizar ou destruir alguém, na verdade elas
não chegam a lugar nenhum, assim como as criticas feitas, neste momento, pela
Líder da Bancada do PT, Sofia Cavedon.
Imaginem,
V. Exas, que quando a Verª Sofia falou no DMLU,
eu tenho certeza absoluta de que a Verª Sofia sabia perfeitamente que a empresa
que recolhe lixo, hoje, em Porto Alegre, é a mesma empresa que recolhia lixo na
época do PT, e essa empresa é de alguém de Santa Maria, parente do antigo
Deputado e agora Ministro Tarso Genro, que ganhou uma licitação, Ver. João Dib,
muito malfeita, na época do PT, e que dirigiu aquela licitação para que aquela
empresa ganhasse. E hoje, Ver. Sebastião Melo, meu amigo, V. Exª que conhece
muito bem essa área, e, inclusive, várias vezes disse aqui que pessoas ligadas
ao PT foram condenadas exatamente por causa do lixo; gente que tem de pagar
mais de um milhão de reais, porque prejudicaram a Cidade nessa área do lixo.
Hoje,
o que faz o Prefeito Fogaça? O Prefeito Fogaça faz uma licitação, uma primeira
licitação muito mal realizada, muito malfeita e que foi denunciada por todos
nós aqui. Não é porque nós, de alguma forma, apoiamos aquilo que faz o Prefeito
Fogaça que não vamos criticar aquilo que é feito de errado; e nós criticamos o
que foi feito na licitação passada, Ver. Haroldo de Souza.
(Aparte anti-regimental da
Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Só que,
agora, essa licitação que foi feita, foi feita com o objetivo de fazer com que
essa área do lixo, que desde a época do PT está muito mal realizada - a Verª
Sofia Cavedon, em aparte anti-regimental, diz que foi premiada; eu não sei como
premiada, porque o recolhimento do lixo, desde a época do PT, Verª Sofia
Cavedon, é muito malfeito por essa empresa que está aí, que eu espero que não
ganhe, de novo, essa licitação, porque essa empresa não tem as mínimas
condições de fazer o trabalho em Porto Alegre.
Não
tinha, naquela época do PT, e continua não tendo agora, quando o Prefeito é o
Sr. Fogaça.
(Aparte anti-regimental da
Verª Margarete Moraes.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Então nós
esperamos que essa licitação venha a resolver esses problemas, mas os
problemas, Verª Sofia Cavedon, das horas extras dentro do DMLU, de pessoas que
faziam horas extras e que não tinham, Ver. João Antonio Dib, tantas horas no
dia como as horas extras que eles faziam. E, essas pessoas, porque eram
vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, eram premiadas com essas horas extras.
Então isso, sim, é que veio a desmontar, a desmoralizar, a tornar essa área do
lixo esse lixo que é hoje; e que, se Deus quiser, vai ser modificada.
V.
Exª fala também do Auditório Araújo Vianna. Mas V. Exª deveria dizer que, desde
2002, aquela lona que cobre o Auditório Araújo Vianna está condenada. Há um
laudo da SMOV que diz que em um dia de chuva aquela lona poderia emborcar, os
cabos de aço poderiam arrebentar e poderia haver uma mortandade daquelas
pessoas que estariam assistindo a um espetáculo no Auditório Araújo Vianna. V.
Exª prefere omitir esse fato, porque agora a Administração do Prefeito Fogaça
está tendo a coragem de enfrentar o problema, é claro, com empresas privadas. E
isso é ótimo, porque, pelo menos, está livrando a população de Porto Alegre de
uma grande tragédia que poderia acontecer! Então, há um laudo, Verª Margarete,
e gostaria que V. Exª pegasse o laudo da SMOV e o desmentisse. Não é a opinião
do Ver. Luiz Braz, é um laudo que existe sobre a lona do Auditório Araújo
Vianna. Então, o que nós temos que levar em consideração são aquelas críticas
no sentido de melhorar a Administração; essas críticas que vêm apenas para
destruir, essas não cabem mais em Parlamentos como a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Infelizmente, elas são feitas, mas as pessoas não acreditam mais!
(Não
revisado pelo orador.)
(A Verª Maria Celeste
reassume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Excelentíssima Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; nobres Vereadores,
Vereadoras, público que nos assiste, venho nesta tribuna - não oficializado,
mas já de direito e de fato -, como Democratas, fazer uma análise bastante
assustadora do que está acontecendo em nosso País. Enquanto nós aqui, na
Prefeitura Municipal, Ver. Carlos Todeschini, nos preocupamos com o projeto de
queima do CO2, se olharmos o Governo Estadual, ficamos bastante
tristes, conturbados. Já se passou tanto tempo, mas ainda hoje ouço aqui discursos
do tempo dos militares. Vamos esquecer os militares - eles estão muito bem,
obrigado! Estão cumprindo com suas obrigações -, e vamos cuidar da nossa
democracia que está mal, que está ruim em nosso País. São mais de oito milhões
de desempregados; dobrou o número de desempregados nos últimos dez anos. São 35
milhões de brasileiros sem água potável. A única coisa que está andando rápido
neste País é a criação de Ministérios para poder dar novos aderentes ao
Conselho Político. Eu nem sei o nome desse Ministério - longo prazo, baixo
prazo -, são tantos os Ministérios. Lembro que no tempo de criança, quando
estudava, tinha-se a obrigação de saber todos, mas são tantos, hoje, que não dá
mais para guardar todos. Parece que é o 36º ou 38º Ministério, já não sei, do
nosso País.
Enquanto
isso, o País precisando de iniciativas, precisando de administração... Está no
jornal de hoje: o Partido dos Trabalhadores pede um PAC para cargos. Um Plano
de Crescimento para cargos! Está no jornal de hoje. PAC para cargos!
Plano
de Aceleração do Crescimento, mas a única coisa que está crescendo neste País é
a criação de cargos, e do dia para a noite. É com essa tristeza que vejo o
nosso País.
Temos
de criar empregos, fazer empregos, de pararmos com o frenesi de pegar cargos,
pegar Ministérios. Gente, vamos trabalhar!
Lula
dizia: “deixa o homem trabalhar”. Lula, vamos tomar jeito. Deixe esses cargos
como estão. Vamos tomar conta do País.
Fiquei
muito feliz, em nível de Estado, com a decisão que o meu Partido tomou.
Não
participei, não tenho voz ativa, mas temos de começar a fazer política por
convicção, por idealismo, e não, simplesmente, ao sabor de cargos, cargos de
confiança, em detrimento dos concursos públicos, dos funcionários de carreira.
É esse o meu desabafo!
Vamos
trabalhar para que o País tenha progresso, para que tenha emprego, que gere
riquezas e não cargos que gerem aumento de impostos. Cada cargo que estivermos
criando, com certeza, de algum lugar vão sair os custos desse cargo.
Ver.
Dib, V. Exª que já foi Executivo, de onde é que vão sair esses recursos? Só
podem sair dos impostos.
É
o povo pagando impostos, e a nossa Presidência da República fazendo a ciranda
da criação de Ministérios do dia para a noite, para empregar amigos em troca do
apoio político. Acho que o apoio político tem de ser dado no discernimento da
consciência política, dos ideais políticos. Acho que esse é o caminho a seguir.
Somos
um País rico, maravilhoso, num contexto mundial de progresso, e estamos, aqui,
discutindo Ministérios, cargos e não tomando as providências necessárias para
que o PAC ande - 6% em cem dias - faltam mais duzentos dias; vamos fazer os 94%
do que o PAC necessita, aquilo que estava previsto para este ano! Todo o
projeto de crescimento tem o meu aplauso, mas esse está a passo de tartaruga.
Ele está andando só na repartição de cargos, reafirmo novamente.
Mas
o País é abençoado, tem o Cruzeiro do Sul, e eu acredito que um dia nós vamos
acordar e vamos ver este País com mais emprego, com mais Educação, com mais
Saúde e com menos criança tendo que se esconder dos bangue-bangues nas avenidas
do Rio de Janeiro. Para quem viu aquilo na televisão, para quem tem neto, para
quem tem filho, gente, o nosso País tem que voltar a pensar com ética, a pensar
com coragem, na honestidade e fazer da política o seu ideal! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, amigos que aqui se encontram, eu queria defender,
aqui, rapidamente, o meu Projeto a respeito da comprovação da origem dos fios
de cobre, que eu acho que é fácil de a Prefeitura determinar - em este Projeto
sendo aprovado -, e de ser executado. Basta que aquele que receba saiba a
origem do fio de cobre, de onde veio, e então não comprar, e, se comprar, seja
punido. É muito simples este Projeto.
Quando
se gasta três bilhões para fazer o Pan, quanto vai se gastar para fazer a Copa
do Mundo em um País em que as pessoas ainda estão morrendo de fome e onde a
assistência médica é precariíssima? Então, prestemos bem atenção nisso.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu queria, neste dia
mundial, nacional, de reflexão sobre a Educação (Semana de Educação para
Todos), de fato falar mais sobre esse tema, até por presidir a Comissão de
Educação, mas, ao adentrar a Câmara de Vereadores e ouvir o Ver. Haroldo de
Souza, pelo qual eu tenho muito respeito, até porque ele é uma pessoa da área
de jornalismo muito responsável e democrático, mas, Ver. Haroldo, eu queria
discordar de algumas coisas de sua manifestação, com todo o carinho e a
fraternidade que eu tenho por V. Exª Porém quero concordar sobre a questão do
DMLU, apesar de que seu Partido deveria, o Prefeito Municipal, o Executivo
Municipal, saber dos problemas que acontecem nesta Cidade e não só jogar a
responsabilidade, porque o Partido que as pessoas elegeram chamava-se Partido
da Mudança, não tinha divisão; era aquele. Então, é desse que nós vamos cobrar.
Mas
eu quero falar sobre o tema anterior que o senhor colocou aqui. Existe, hoje,
no nosso País, o maior monopólio, na área de comunicação, jamais visto - Ver.
Haroldo, por favor! - em país nenhum do mundo desenvolvido! O monopólio
brasileiro da privatização e o monopólio de alguns em relação aos meios de
comunicações! E aí nós temos que ter a coragem de enfrentar isso. Eu também não
tenho muita dificuldade de falar, mas a gente tem dificuldade, pois se não é o
Ver. Haroldo de vez em quando dar uma “palinha” para a gente poder estar em
algum programa, para poder dizer: “Oi, eu existo, sou Vereadora, estou aqui,
sou torcedora do Internacional, na alegria e na tristeza”. É difícil. Por isso
que eu estou dialogando com V. Exª, porque, quando nós vamos dialogar com a
sociedade em relação a monopólio, em relação aos meios de comunicações, a
primeira coisa que nós temos que combater é a forma como isso é organizado no
nosso País. Pior do que isso: com certeza, a maior emissora deste País é, sim,
a “testa de ferro” de outro país maior que esse. Hoje se questiona quando
existem as grandes atrocidades, como as mortes que ocorreram naquele colégio
nos Estados Unidos, mas os filmes com cenas de violência são assistidos por
crianças de zero a seis anos, ou seja, crianças que estão em formação. No
cinema, no teatro, por exemplo, é diferente: tu podes interagir, tu podes
trabalhar, podes refletir, podes questionar, mas nós, aqui, somos repetidores
de uma porcaria de enlatados, em especial de um país chamado Estados Unidos da
América, que, através da sua filosofia, perpassa por aqui e tem o monopólio,
sim, da comunicação. Hoje, nós já temos outros monopólios -, o senhor está
passando por uma experiência dessas - de outros segmentos, também, em vários
meios de comunicação. Agora, o país que se preza tem que ter a capacidade
de manter a autonomia do equilíbrio. Muitas vezes, Vereador, a gente é contra a
ditadura - com certeza, eu também sou -, mas o Estado tem que usar o seu papel
para regular isso. Nós termos aqui no Brasil um meio de comunicação estatal -
um, que o Governo Federal terá através do Ministério das Comunicações, o qual,
aliás, se eu não me engano, ficará sob a gerência do PMDB, num sistema
democrático - não é problema.
O
PAN, por exemplo, é uma discussão feita com o Governador e o Prefeito do Rio de
Janeiro. Mesmo que o senhor não concorde, a gente tem que falar sobre essas
coisas. O senhor, Vereador, é uma pessoa séria, mas nem todo mundo, que usa os
meios de comunicação para falar, inclusive nesta Casa, é sério. Então, nós
temos que ter a certeza de algumas informações. Por isso é importante que
outros possam falar, para fazer o contraponto. Isso é importante.
Então,
eu quero dizer o seguinte: quando os países colocam lá os seus governos, quando
eles ganham, eles têm o seu programa e eles têm que honrar o seu programa. Eu
acho que a população não se enganou, porque, nos governos do Chávez, do Evo, de
todos os presidentes socialistas, estavam lá os seus programas. Então,
eleitoralmente, eles não enganaram. Não enganaram! Há outros que vacilam. Com
relação ao nosso, nós estamos sempre em cima para ele não vacilar. Então, nós
temos que ter uma noção das coisas que estão acontecendo, porque o Brasil é o
pior exemplo que existe em termos de monopólio dos meios de comunicação. E isso
nós temos que denunciar todos os dias, pois não há o equilíbrio que todos os
segmentos têm. Então, é nesse sentido que eu quero colaborar e dizer que a
gente tem que respeitar a opinião das outras pessoas, mas ainda bem que, de vez
em quando, a gente pode fazer um contraponto, para socializar as informações
que cada um pode trazer aqui nesta tribuna. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, na tarde de hoje, nós tivemos a possibilidade de
discutir, aqui, uma das questões mais importantes de qualquer cidade de médio e
grande porte - uma questão trazida por vários Vereadores -, que é exatamente a
questão da infra-estrutura das cidades. Uma infra-estrutura de uma cidade só é
sentida quando a gente olha as suas periferias, quando nós olhamos, por
exemplo, a entrada de Porto Alegre.
Quando
nós olhamos a entrada de Porto Alegre, nós vemos que milhares de famílias estão
vivendo em subabitações que não têm infra-estrutura urbana; que as pessoas que
moram perto dos rios colocam os lixos dentro dos rios, porque muitas delas
vivem desse lixo. E eu acho que era sobre isso que falava o Ver. Haroldo: da
vergonha que é, para nós, habitantes das cidades brasileiras, que temos luz,
água, saneamento básico, percebermos que irmãs nossas, irmãos nossos, moram em
muitas, e muitas, e muitas vilas, em condições subumanas, em condições
inseguras, convivendo, às vezes, com os animais que estão ao redor das casas.
Eu já participei várias vezes da Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação desta Casa e sou uma das Vereadoras, dentre os demais Vereadores, que
lutou, e muito, por uma política de habitação popular. E, quando nós assumimos
a Prefeitura de Porto Alegre, há dois anos e quatro meses, nós vimos que a
maior dívida social que nós herdamos nesta cidade foi exatamente na área da
habitação. Muitas vezes, denunciamos aqui a falta de uma política pública de
habitação para Porto Alegre. Muitas pessoas conhecem apenas a subabitação da
entrada da cidade. E é verdade que nós, nesses dois anos e quatro meses de
Governo - priorizando aqueles que mais precisam -, dedicamos muito da força, da
energia, do trabalho da Prefeitura do Governo José Fogaça, para dar dignidade
às pessoas que vivem em subabitações em nossa Cidade. Temos vários e vários
exemplos. A Vila dos Papeleiros é um deles. Mas não apenas na Vila dos
Papeleiros nós conseguimos reconstituir a vida daquelas pessoas. Hoje, passando
na entrada da cidade, nós vemos que está em curso o Projeto PIEC. Nós sabemos
que mais de três mil e 400 famílias, que não tinham casa, hoje conseguem ter
uma moradia popular em áreas saneadas, com creches, com centros comunitários.
Para que isso acontecesse, foi preciso não apenas uma política eficiente na
área da habitação; foi preciso também uma política integrada com todos os
órgãos, que é o que está permitindo que aquela velha polêmica que se arrastou
durante anos e anos nesta Casa, em relação aos moradores da Vila Nazaré, da
Vila Dique, que ainda continuam morando em condições subumanas, seja
solucionada.
Temos
muito a caminhar, mas o que nós temos efetivamente que comemorar é o fato de
termos priorizado uma política de habitação e de termos dado dignidade a mais
de três mil e 400 famílias que há décadas esperavam por uma política de
saneamento básico. É evidente que ninguém consegue pagar uma dívida social
desse tamanho em dois anos. É evidente que essa foto que está no jornal Zero
Hora de hoje é uma vergonha, mas a Vila Dique não existe há apenas dois anos;
ela já era uma vergonha, e nós ainda estamos com o contrato das empresas da
área de limpeza urbana feito pelo Governo passado, como bem lembrou o Ver. Luiz
Braz. E não é por acaso que nós estamos tendo tanto problema e tivemos tanta
dificuldade em realizar as novas licitações, para que novas empresas possam
competir e possam disputar a limpeza pública desta cidade. Seria hipocrisia
achar que uma cidade com uma dívida habitacional e de saneamento que nós
herdamos pudesse virar uma maravilha em dois anos e meio. Mas nós sabemos que
avançamos, e muito, como há muitos anos esta cidade não via.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo
quórum, passamos à
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o acordo de Lideranças e da Mesa Diretora, para a Ordem do Dia
de hoje: em primeiro lugar, o PLL nº 184/05, por termos parado na Sessão
anterior, quando de sua votação. Após, o Requerimento nº 042/07; o Requerimento
s/nº, da CEDECONDH; o PR nº 003/07; o PLE nº 060/06; o PLL nº 072/05; o PLCL nº
023/06; o PLCL nº 010/05; o PLL nº 058/05; o PLL nº 213/05; o PLL nº 142/06; o
PLCL nº 020/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Obrigatoriamente, então, iniciamos com o item nº 01, PLL nº 184/05.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3811/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 184/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que altera o inciso V
do art. 4º da Lei Nº 9.725, de 1º de fevereiro de 2005, que dispõe sobre o
funcionamento das casas de jogos por computador, alterando para as 22h o
horário permitido aos menores de 18 anos.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 09-11-05.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal o PLL nº 184/05, de autoria da Verª Manuela d’Ávila. (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM e 05 votos NÃO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 042/07 – (Proc. Nº 1919/07 – Verª Maria Luiza) – requer que o período de Comunicações, no dia 14 de maio de 2007, seja destinado a assinalar o transcurso do Dia da Assistente Social. (incluído em 23-04-07)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal, solicitada
pelo Ver. Haroldo de Souza, o Requerimento nº 042/07, de autoria da Verª Maria
Luiza. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 29 votos SIM.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. s/n. – (Proc. Nº
4450/05 – Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana
- CEDECONDH) – indicando
os funcionários Arlete Luiza Mazzo , como titular, e Sérgio Augusto Zasso, como
suplente, na representação deste Legislativo junto ao Conselho Municipal dos
Direitos Humanos. (incluído em
19-04-07)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento s/nº,
da CEDECONDH, que indica nome de funcionários deste Legislativo para o Conselho
Municipal dos Direitos Humanos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0003/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr.
Paulo Sergio Viero Naud.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM, em 23-04-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PR nº
003/07. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5778/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 060/06,
que dá nova redação ao art. 1º das Leis nos 8.725, de 28 de maio de
2001, 8.750, de 15 de agosto de 2001, 9.086, de 07 de março de 2003, 6.626, de
27 de junho de 1990, 3.372, de 30 de abril de 1970, 7.981, de 13 de junho de
1997, 3.415, de 27 de agosto de 1970 e 2.606, de 08 de novembro de 1963, que
declaram de utilidade pública as entidades que mencionam.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 18-04-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLE nº
060/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1493/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que estabelece a
realização de exame de catarata e glaucoma congênitos nos recém-nascidos em
maternidades e hospitais públicos ou conveniados com o Sistema Único de Saúde
no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo nº
1.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Substitutivo nº 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Substitutivo nº 01.
Observações:
- prejudicada a votação do projeto nos
termos do art. 56, § 1º do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM em 07-03-07;
- discutiram a matéria os Vereadores
A.Oliboni, E.Guimarães, J.C.Nedel, C.Sebenelo e A.Sell, em 29-03-07;
- adiada a discussão por duas Sessões.
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o PLL nº 072/05 e o Substitutivo nº 01. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação nominal, por solicitação desta Presidência, o Substitutivo
nº 01 ao PLL nº 072/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por
27 votos SIM.
Esta
Presidenta, por ser um Projeto que necessite de maioria simples para aprovação,
por questão regimental, não vota, embora tenha intenção de acompanhar todo o
Plenário.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4412/06 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/06, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que
altera a redação do § 2º do art. 1º e do inciso I do art. 2º da Lei
Complementar nº 555, de 13 de julho de 2006, que proíbe o uso de produtos
fumígenos em recintos coletivos e em recintos de trabalho coletivo, exceto para
as áreas destinadas exclusivamente a esse fim, desde que devidamente isoladas e
com arejamento conveniente, excluindo do conceito de recinto coletivo os locais
com área de atendimento inferior a 40m² (quarenta metros quadrados) e os locais
abertos ou ao ar livre. Com Substitutivo nº 01 (Ver. João Carlos Nedel).
Com Emendas nºs 01, 03 e 04 ao Substitutivo nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Substitutivo nº 01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, I, da LOM.
- incluído na
Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em
11-12-06;
- retirada da
Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 01.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLCL nº
023/06, e o Substitutivo nº 01. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir o PLCE nº 023/06, e o Substitutivo nº 01.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidenta Maria Celeste, Vereadores, Vereadoras, estamos votando o
Substitutivo nº 01, que altera a Lei Complementar nº 555/06, aprovada, nesta
Casa, em julho do ano passado. Eu coloquei este Projeto, porque a lei federal
pede que se coloquem as sanções, somente as sanções, porque o Município não
pode alterar uma lei federal. Então, estou colocando somente as sanções.
Acontece
que eu discuti com a sociedade e fiz Emendas ao meu Projeto na fase anterior,
mas os Srs. Vereadores acharam por bem não aprovar as Emendas. Então, aprovaram
um Projeto extremamente rígido, que multaria em 400 reais quando da primeira
autuação; na segunda, ficaria suspenso o alvará por 30 dias; e, na terceira,
haveria o cancelamento do alvará. Então, eu estou colocando um Substitutivo que
estabelece sanções bem menores: ao usuário, uma advertência e convite para que
cesse o ato infracional; ao responsável pelo estabelecimento, que coloque um
cartaz dizendo que naquele local é proibido fumar.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sim,
bares, restaurantes, tudo.
Se
ele não colocar o cartaz, será multado em 100 reais. Se o responsável pelo
estabelecimento não convidar o infrator, o fumante, a cessar o ato infracional
e se, por acaso, o fiscal chegar lá, será multado em 100 reais. Isso foi
discutido com a sociedade, e, aparentemente, foi acordado. Por que eu falo que
aparentemente? Na verdade, ninguém quer ser multado. Eu também não quero ser,
por exemplo, multado no trânsito. Acontece que a lei deve ter uma sanção,
senão, Ver. Raul, todas as campanhas de esclarecimento de saúde pública irão
por água abaixo. Existem três Emendas que eu vou encaminhar para esclarecer.
O
que, então, o meu Substitutivo está fazendo? Reduzindo as multas e deixando
muito claro, Ver. Haroldo de Souza, que haverá espaço para fumantes e
não-fumantes, e que no espaço para os fumantes poderá ter serviço, atendimento
a fumantes. Isso é uma colaboração do Ver. Ibsen Pinheiro, que pediu que
colocássemos muito claramente que poderá haver atendimento a fumantes num lugar
separado.
Então,
eu solicito que aprovem este Substitutivo, porque foi bem discutido com a
sociedade, e tenho certeza de que os Vereadores também estão a par disso. Se
não estiverem, vou distribuir agora todos os detalhes.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Nereu D'Avila está com a palavra para discutir o PLCL nº 023/06, e o
Substitutivo nº 01.
O
SR. NEREU D'AVILA: Ilustre
Presidenta desta Casa, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos
dão a honra de estarem conosco nesta tarde, eu creio que não há óbice nenhum,
neste momento, de adaptar-se à realidade que existe e que já vem sendo
usualmente aceita por todas as pessoas que freqüentam restaurantes com essas
diferenças: para fumantes e para não-fumantes. Eu só queria acrescentar, a essa
discussão, duas coisas. Primeiro, discordar fraternalmente do meu amigo, e até há
pouco tempo Vereador, Ibsen Pinheiro, quando ele opta, aceita, recomenda que,
no local de fumantes, também possa, juntamente com os fumantes, haver as
refeições. Isso, para mim, por exemplo, que não sou fumante, tem criado
inúmeros constrangimentos.
Como
todos sabemos, a natureza humana é absolutamente diversa, e essa é a nossa
natureza. Há os bem-educados, os mal-educados, os mais ou menos educados, e por
aí vai; há até aqueles que não se adaptam, inadaptados à convivência social -
aí já é um tipo bem mais complicado. Diante disso, já fui constrangido diversas
vezes. Evidentemente, numa área para não-fumantes não há problema, agora,
eventualmente não havendo lugar na área de não-fumantes, até para não se perder
tempo, a gente vai para a de fumantes, e isso é a diferença. Já aconteceu que o
cidadão, podendo fumar naquele local juntamente com a refeição, simplesmente
tira um charuto e começa a fumar. É evidente que a fumaça, até pelo
ar-condicionado, se expande em cima daqueles que ainda estão fazendo a refeição,
e, por conseguinte, é um constrangimento bastante acentuado, de modo que eu
acho que área de fumante é somente para fumante, e as refeições devem ser numa
outra situação. Portanto, eu discordo dessa situação de compactuar área de
fumantes com a refeição, pois cria, realmente, constrangimento.
Há
pessoas que fumam desbragadamente, fumam um cigarro antes da refeição, um
durante e outro após a refeição, então, evidentemente, cria para as mesas
contíguas situações bastante complicadas.
Para
finalizar, eu queria dizer que a Anvisa, que é de âmbito nacional, já anunciou
que brevemente será estabelecido, através de Resolução, que valerá para todo o
País, portanto, terá conseqüências em todo o território nacional, que, seja em
lugar público, seja em lugar privado, será proibido o uso do fumo, como nos
Estados Unidos, por exemplo. Quem vai a Nova Iorque vê que em nenhum local,
público ou privado, se permite fumar; fuma-se na rua. Eu cito os Estados
Unidos, porque lá eu já verifiquei, mas há em inúmeros países, e o Brasil vai
adotar, segundo notícia federal.
Então,
vamos aprovar essa matéria; eu me posiciono contrário a essa situação de fumar
com a refeição, porque há, realmente, conseqüências, e creio que essa Resolução
Federal é valida.
Na
década de 50, o Professor Mário Rigatto - há um Prêmio, nesta Casa, com o seu
ilustre nome -, que usava uma gravatinha de tope, junto com Nelson da Silva
Porto, os dois primeiros médicos, levantaram a questão da inconveniência para
os pulmões para os que não fumam a convivência com a fumaça, os males do
cigarro, e eles eram, naquela época, motivos de risotas, de desprezo, porque a
cultura, naquela época, era que o fumo era soberano; e não faz muito tempo.
Agora, cinqüenta e poucos anos depois, estamos vendo que há quase uma
unanimidade na própria população de que o fumo é, sim, prejudicial aos que
fumam e àqueles que sofrem indiretamente os eflúvios da fumaça. No meio médico,
não há voz discordante de nenhum lado, é absolutamente unânime a voz dos
médicos no sentido de que o fumo é prejudicial à saúde. De modo que, se essa
lei, essa restrição, vier em nível nacional para que não haja local, quer
público ou privado, permitindo o fumo, vai ser muito bom, sim, para a saúde de
todos os brasileiros e brasileiras. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCL nº 023/06, e o
Substitutivo nº 01.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Verª Maria Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, meu caro Vereador proponente,
Ver. Nedel, a nossa Bancada está determinada a ajudar a construir uma
legislação viável, exeqüível, possível de ser fiscalizada, muito bem
fiscalizada, porque nós somos daqueles que achamos que o exercício do Poder
Público se faz também, e, muitas vezes, essencialmente por uma boa
fiscalização. Estão aqui pessoas que já foram Secretários, como no caso da
SMOV, havia fiscalização na época em que o Ver. Guilherme era Secretário,
diferentemente do que a gente vê hoje. Nós só não podemos concordar que uma
Câmara Municipal se advogue a si, ou que a gente obrigue um dono de bar o poder
que ele não tem: de retirar uma pessoa de dentro do estabelecimento. Nós não
temos poder de polícia para fazer isso, e o dono do bar não tem condições de
tirar a pessoa. Nós não podemos dar a um dono de bar o poder de polícia. Isso
está errado! A nossa Emenda retira essa parte para que o Projeto se torne
constitucional, defensável, possível de fiscalização. E nós não podemos dar uma
multa a alguém que não pode obrigar uma pessoa a sair do seu estabelecimento.
Não pode, porque o estabelecimento é um espaço particular, mas de
freqüência pública. É privado, sob o ponto de vista de quem o possui, mas, por
sua freqüência, é um espaço público.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite
uma parte? (Assentimento do orador.) V. Exa é reconhecido como um Vereador
inteligente, e eu assim o proclamo; agora, vou discordar de V. Exª, porque,
Ver. Adeli Sell, é impossível o que V. Exª está propondo. A fiscalização vai
entrar no restaurante, vai pegar um binóculo, ver quem está fumando e vai lá
multar? Não. Tem que ser multado o dono do restaurante, Vereador, desculpe!
O SR. ADELI SELL: Até se nós
tivéssemos a questão anterior - agora o Vereador está tentando resgatar -, não
precisaríamos estar nesta discussão aqui, porque a lei anterior era clara,
precisa e concisa, Ver. Dib. Ela dizia que havia um lugar para fumantes e um
lugar para não-fumantes. E não adianta apenas fazer uma legislação; nós temos
que fazer campanhas, pois o cigarro faz mal para a saúde. Eu sei que em seguida
falará um ex-fumante. Eu nunca fumei, mas faço campanha contra o uso do
cigarro, porque sei que ele faz mal para a saúde. No entanto, num
estabelecimento, como vinha ocorrendo, o Sindicato junto com as empresas estava
fazendo um esforço para delimitar claramente a área, para que houvesse
exaustor, e aí nós teríamos um ambiente possível para quem fumasse, de um lado;
para quem não fumasse, de outro lado.
Volto a insistir: nós já tentamos, várias vezes,
discutir com o Ver. Nedel esta questão, no entanto, o Vereador permanece na sua
intransigência, porque quis um Projeto do jeito que ele queria; no ano passado
houve problemas. Agora o Vereador insiste na mesma tese. Eu sou seu amigo, seu
parceiro em muitas questões, mas, o senhor me desculpe, nós não podemos
concordar com a sua posição.
O Sr. João Carlos Nedel: V Exª permite
uma parte? (Assentimento do orador.) Vereador, o Decreto nº 2.018, do
Governo Federal, diz claramente que a inobservância do disposto nesse Decreto
sujeita o usuário de produtos fumígenos à advertência - foi o que eu falei. E
diz que em caso de recalcitrância, sua retirada do recinto por responsável pelo
mesmo, sem prejuízo das sanções previstas na legislação local. Está escrito, é
um Decreto Federal, eu não posso mudar a Lei, Vereador. V. Exª está querendo
mudar a Lei. Ele será convidado;
se não parar com a infração, será convidado. Se não cumprir, aí o
estabelecimento será multado em 50 UFMs, o que dá aproximadamente cem reais.
O
SR. ADELI SELL: V. Exª
sabe que um decreto não é uma lei. O Governo Federal discute a possibilidade de
uma legislação federal. Aí nós teremos uma lei federal, que é superior à
municipal. No caso, um decreto não é impositivo em relação à nossa legislação
municipal! Decreto é decreto; lei é lei. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLCL nº 023/06, e
o Substitutivo nº 01.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Excelentíssima Srª Presidenta desta Casa; demais colegas Vereadoras e
Vereadores, realmente, como falou o colega Adeli Sell, sou um ex-fumante, mas
convicto. Sou, realmente, um ex-fumante e sei quanto mal me causou.
Nós
votaremos hoje a favor deste Projeto - as Emendas nós vamos estudar - pelo simples
fato de que esta é menos ruim do que a outra Lei que está vigendo em Porto
Alegre. Por que fazer com que recaia sobre um empreendedor o poder de polícia?
Isso inibe o relacionamento do dono de restaurante, do dono de bar com o seu
freguês. Só pode achar que isso é bonito aquele que nunca teve um negócio à sua
mercê, que nunca administrou um negócio e sabe o respeito que um negociante tem
que ter para com a sua freguesia. Jamais vou defender o poder de polícia para o
dono do restaurante. Eu tenho certeza de que o restaurante que tem condições
vai pagar multas indefinidas, porque eles não vão pegar o seu freguês e jogá-lo
porta afora, como quer prever o Projeto.
Como
estava antes, eu acho que estava muito melhor. De não fumar, de não misturar os
fumantes com os não-fumantes, para preservarmos os funcionários, tudo bem. Mas
se nós chegarmos a esse ponto a que chegamos, de penalizar o dono do
restaurante pelo direito de ir e vir do seu freguês, de ele querer fumar ou não
fumar, ele não vai ter culpa nenhuma; e é extremamente desgastante para aquele
que abre um negócio, que investe, que tem o ônus do negócio, tem que pagar os
funcionários, tem que pagar os seus impostos, e ainda corre o risco de atropelar
aquele que freqüenta a sua casa e que, em última análise, faz com que haja a
lucratividade necessária para pagar todos os encargos sociais e também os
lucros que ele precisa auferir.
Só votaremos com o propósito de diminuir os
prejuízos que a Lei anterior, aprovada aqui e sancionada pelo Prefeito, está causando
aos donos dos estabelecimentos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCL nº 023/06, e o
Substitutivo nº 01.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Srs. Vereadoras, primeiramente, quero-me somar
àqueles que vieram a esta tribuna. Eu acho que a grande lei que nós deveríamos
ir, todos irmanados, a seu favor é a questão educacional; porque, se dependesse
de leis proibitivas do ponto de vista da drogadição, da venda de bebida
alcoólica para menores, e outras questões, nós estaríamos com tudo isso
resolvido no Brasil, no Rio Grande e aqui em Porto Alegre. Então, casada com
essa legislação, a municipalidade, por intermédio de seus órgãos competentes,
deve travar uma boa campanha permanente de educação; senão, de nada adianta.
Agora, eu quero aqui, Ver. Nedel, tratar de
questões práticas. Eu vou pegar como exemplo o Bar Tuim, conhecido na Cidade,
na ladeira, a poucos metros o Naval... Eu não estou vendo aqui o Ver. Brasinha,
mas estou achando que o Ver. Brasinha colocou o seguinte: “Excetua de 40
metros”. Bom, aí o comerciante vai fazer a opção. Como é que vou fazer um
ambiente separado do Tuim para fumantes e não-fumantes? Digam-me, por favor!
Existe possibilidade para isso, Ver. Adeli? Bom, então como é que vamos
resolver essa questão? Então, entendo que tinha que excepcionalizar os 40
metros e deixar a opção do bar, ele é que vai fazer a opção, e tinha que haver
isso na legislação. Quer dizer, o bar vai fazer a opção: o meu bar, que tem
menos de 40 metros, é só para não-fumantes. Está bem, está resolvido! Ou: é
para fumantes; entra quem quer. Porque não vejo exeqüível essa legislação, do
ponto de vista dos pequenos.
Em
segundo lugar, eu acho que tem razão o Ver. Adeli; quer dizer, eu não tenho
como investir no poder de polícia alguém que não tem o poder de polícia. Eu não
tenho como! Primeiro, nenhum comerciante vai fazer isso, Ver. Nedel. O dono do
restaurante Copacabana não vai chegar e dizer: “Olha, o senhor, que é cliente
da casa há 30 anos, o senhor vai embora daqui”. Isso não vai acontecer, ele não
vai fazer isso!
Segundo,
se ele resolver fazer isso, o cidadão que foi afrontado vai dizer: “Só um
minutinho, estou em um País que tem uma Constituição que, no art. 5º, me
assegura isso, isso e aquilo. O senhor me desculpe, sou capaz de fechar o seu
bar, mas o senhor não pode fazer isso comigo”. Então eu acho que tem que
retirar isso aí.
O
Sr. João Carlos Nedel: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, há uma Lei Federal,
desde 1996, que já proíbe isso. Então, a maioria dos estabelecimentos já se
adequou à Lei. O Copacabana tem lugar separado, exclusivamente para fumantes,
totalmente vedado e com ventilação adequada. Então, não vai haver problema.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: É
mais ou menos vedado, a porta que dá acesso ao local dos fumantes fica aberta.
O
Sr. João Carlos Nedel: Os
pequenos, Vereador, são estatisticamente os maiores poluidores. Então, nós
temos de evitar isso. V. Exª tem de levar em conta a saúde. Vossa Excelência
foi Presidente da Comissão de Saúde, morrem no Brasil 200 mil pessoas pelos
malefícios do fumo; isso é uma tendência mundial, V. Exª sabe. Então, foi muito
bem estudado com a Secretaria Municipal, com a Estadual da Saúde, com a Amrigs
que colaborou muito, fizemos várias reuniões, audiência pública, vários
contatos com as comunidades, e se chegou, não vou dizer que seja num consenso
amplo, mas que foi muito debatido, foi; V. Exª pode ter certeza.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Primeiro,
agradeço a V. Exª, mas continuo com a interrogação, não adianta votar uma lei
inexeqüível, e o que vai acontecer na prática é isso, quer dizer, na verdade,
os pequenos estabelecimentos não têm como cumprir essa legislação. O sujeito
vai tomar um chope dentro do Bar Tuim, e, de cinco em cinco minutos, sai
na calçada, fuma o seu cigarro, volta lá para dentro. Então, o que eu estou
querendo, não estou nem entrando no mérito. Sou, como V. Exª, defensor da
saúde; acho que nesta Casa não tem quem mais e quem menos. Agora, só quero
encontrar um equilíbrio e, do ponto de vista da sustentação do sujeito de
retirar o cliente, acho que isso também não tem como acontecer, não há
sustentação legal para essa questão. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLCL nº 023/06, e o
Substitutivo nº 01.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Verª Maria Celeste, Presidenta da Casa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu louvo aqui o esforço do
Vereador proponente, João Carlos Nedel, mas ponderava a S. Exa. sobre algumas
dificuldades que temos no que respeita, em especial, ao dispositivo 1º do art.
3º, quando fala na retirada, por parte do proprietário do estabelecimento, do
recinto, daquele que está infringindo a norma. Evoca o ilustre Ver. João Carlos
Nedel o Decreto Federal. Penso, Ver. João Carlos Nedel, que o Decreto Federal é
letra morta quando atribui ao proprietário, no caso, poderes a manu militari,
poderes de polícia, que na espécie não o tem. Nós sabemos que qualquer um do
povo tem poderes de polícia, sim, em várias ações, em vários momentos do
cotidiano e da vida, tem poderes de polícia; especificamente, nesse caso, há
dificuldades de se fazer cumprir essa disposição. Por isso sugeriria ao Ver.
João Carlos Nedel que ele dispusesse de forma diferente, pode, sim, dispor de
forma diferente. Ademais, o Decreto Federal não é lei, ele, por assim dizer,
cria as condições para a aplicação da lei, mas não é lei. Como se trata de
matéria concorrente, ou seja, que dela pode dispor, a União e o Município, nada
impede que façamos da lei disposições capazes de terem eficácia, por assim
dizer.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Elói Guimarães, aprendi com V. Exª que lei proibitiva,
não tendo sanção, não vale coisa nenhuma.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Exatamente, V. Exª tem razão. Mas a
questão da disposição é porque, aqui, se me afigura, do ponto de vista da
exeqüibilidade da norma, que, se o Vereador-autor colocasse, aqui (Lê.) “Aos usuários de produtos fumígenos:
advertência verbal e convite para que cessem o ato infracional e, em caso de
continuidade do ato, sua retirada do local por responsável pelo recinto” ou
seja, autoriza, determina ao proprietário que busque autoridade para o
cumprimento da norma.
Então,
seria, no meu entender, Ver. João Carlos Nedel, uma forma de dar à legislação
local - veja bem, se trata de legislação concorrente à União, e o Decreto, que
não é lei, mas que faz a aplicação da lei, nada impede que V. Exª, não
reproduzindo literalmente o que dispõe o Decreto da Lei Federal, V. Exª
estabeleceria, aqui, o proprietário buscaria, chamaria a autoridade, etc, e
tal.
Acho
que aí, na minha opinião, V. Exª supriria essa retirada por parte do
proprietário, dando a ele poderes a que ele não pode ser investido na espécie.
Por
outro lado, V. Exª poderá estar provocando um conflito, porque aquele dono de
estabelecimento, com base na lei, pode ir ao desforço físico com a lei,
aprovada pela Câmara, debaixo do braço e dizer “Vou retirar esse cidadão
daqui”. E vai ao desforço físico.
Então,
é uma situação..., e faço o apelo à Casa, porque estamos produzindo leis,
estamos produzindo normas de conduta às pessoas.
Então, acho que retirar essa
disposição é buscar a tranqüilidade e uma relação segura para os proprietários
de estabelecimentos, para que eles não tentem ir à desforra, porque, numa
situação dessas, eles podem levar a pior. Portanto, fica aqui, Ver. João Carlos
Nedel, a sugestão que faço a Vossa Excelência. É uma pequena alteração, e V.
Exª não estará infringindo a Lei Federal, porque a matéria é concorrente, e, se
é concorrente, o Município pode dispor. Obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLCL nº 023/06, e o
Substitutivo nº 01.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, o Dr. Luis Carlos, que é do pavilhão da Santa Casa
e que cuida dos meus pulmões - eu que estou tentando parar de fumar faz algum
tempo -, sabe que eu faço uma campanha realmente aberta, esclarecida, para
parar de fumar! Claro que eu não vou entrar naquele sonho, naquela bobagem de
dizer por que o Governo Federal não faz um projeto para fechar as fábricas de
cigarro, porque é claro que isso iria mexer num vespeiro, uma vez que entra um
dinheiro enorme para os governos de todo o mundo; então, fechar a fábrica de
cigarro é um negócio inalcançável; é um sonho, é uma utopia!
Mas,
no ano passado, quando foi aprovado aqui o Projeto que proíbe o uso do cigarro
em locais onde há uma aglomeração de pessoas, eu cheguei, numa determinada
noite, no Golden Bingo, que ficava lá no Shopping Iguatemi, mas que agora está
fechado, e estranhei que ninguém estava fumando - mas é que a casa já estava
determinada a atender o Projeto do Ver. João Carlos Nedel, e é com V. Exª que
eu estou falando. Porém, como eu não sabia, eu cheguei com o cigarro acesso, e
o chefe da sala me chamou e disse: “O senhor não pode fumar aqui!” Aí, eu disse
a ele: “Eu vou fumar aqui!” E ele respondeu: “Não, mas o Projeto foi aprovado
lá na sua Casa!” Então, eu disse: “Eu votei contra; logo, como cidadão, vou
‘votar’ aqui e vou fazer uma experiência agora”. Eu acendi um cigarro, e, por
ser conhecido, as pessoas, no salão, viram, e foi uma acendeção de cigarro:
96%, 97% dos freqüentadores passaram a fumar, pois apenas 3%, ou 4%, dos
freqüentadores não fumavam.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Bar é para beber, para conversar;
não é para fumar. Por que as pessoas...
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Quem disse
para o senhor que bar é feito para conversar?
O Sr. João Carlos Nedel: Sim, não é
para fumar.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Na sua
cultura.
O Sr. João Carlos Nedel: Bar não é
para fumar.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Na sua
cultura, bar não é para fumar, porque, na minha cultura...
O Sr. João Carlos Nedel: Bar não é
lugar para fumar; senão seria fumódromo. Lá no Bar do Nego, a pessoa pode fumar
lá fora, à vontade, porque este Projeto não proíbe fumar em recinto aberto, só
em recinto fechado.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Mas o senhor
está sonhando! Isso é um sonho!
O Sr. João
Carlos Nedel: Mas isso é ótimo, Vereador.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: É um sonho,
porque o senhor não vai nesses locais! Se o senhor fosse nesses locais, o
senhor veria que o seu Projeto é um sonho irrealizável! O senhor não vai a
esses locais! O senhor já foi no Bar do Nego?! O senhor já foi no Bar do Trago
Forte?! Não foi! No bar Pingüim, que foi citado aqui, o senhor não foi! Agora,
como é que a pessoa que está dentro do bar...
O Sr. João Carlos Nedel: Fui a Buenos
Aires, a Montevidéu, a Nova Iorque.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Comunico aos senhores e
senhoras, assessores e assessoras deste Plenário, que a nossa Diretoria
Legislativa está disponibilizando mais um computador nas Bancadas, para que a
assessoria dos nossos Vereadores e Vereadoras possam trabalhar neste Plenário.
(Palmas.)
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu
queria fazer um pedido, aqui, em nome dos funcionários da Câmara Municipal de
Porto Alegre, para que aquele “fumódromo”, lá fora - agora, está muito bom -,
quando chegar o inverno, ele esteja todo cercado, bonito, por gentileza, para
que nós possamos fumar ali, porque, se fizer dois graus de temperatura e não
puder fumar lá fora, eu vou fumar no corredor. Acho que muita gente vai fazer o
mesmo.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Ver.
Haroldo de Souza, sempre atento às leis e às normas desta Casa, jamais iria
incorrer nesta questão, fumando aqui dentro, quando se torna o local proibido.
Com certeza esta Casa e a Mesa Diretora estarão sensíveis à sua colocação.
Não
havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h01min.)
*
* * * *